Nesta quinta-feira (24), depois que uma reportagem do portal DeFato deu voz à indignação de pais itabiranos, o golpe do curso de “bombeiro aprendiz mirim” veio à tona. Lesados, eles procuraram pela reportagem para denunciar o fato e, depois da publicação da matéria, uma série de novas vítimas começou a surgir. É o caso do grupo de brigadista contratados pelos golpistas para ministrar as aulas oferecidas no curso.
O grupo, formado por seis bombeiros civis, tem vivido momentos de pavor e sendo, constantemente, ameaçado pelo “coordenador” do projeto. Com medo, eles preferiram não revelar suas identidades, mas contaram com detalhes as situações que vivenciaram.
Umas mulheres que atuou como instrutora falou que os pagamentos combinados nunca foram feitos. “Há pouco tempo, ele simplesmente tirou a equipe toda das aulas e nós não aceitamos continuar nessas condições. Quando fizemos a cobrança, ele solicitou nossas credenciais e, a partir daí começaram as ameaças”, descreve.
A bombeira civil mostrou um áudio do “Tenente-coronel”, termo que o golpista usa para se apresentar para suas vítimas, em que afirma que ela não está apta para dar as aulas e que pode procurar um advogado. “Meu estado-maior está aqui e eu tenho meu jurídico de Escola de Guerra que pode falar. Caso contrário, a senhora será enquadrada também na questão de falsidade ideológica e estelionato”.
Uma segunda brigadista afirmou que se sentia humilhada e desrespeitada.
“Ele nos ameaçou, não pagou nenhum centavo, a gente foi humilhado e ele não cumpriu nada do que prometeu. As aulas eram dadas com o nosso material, porque ele nunca forneceu nenhuma caneta sequer. E nós tivemos um duplo prejuízo, porque além de instrutores, nossos filhos também eram alunos”, disse uma das brigadistas.
Ela destaca que, quando foram procurados por ele, antes do curso começar, o homem também se apresentou como “Tenente-coronel”. Porém, os brigadistas nunca conseguiram comprovar essa informação. Outra questão reforçada pela instrutora foi a grosseria e o tom ameaçador com que o golpista lidava com os profissionais.
“Ele entrava em contato por ligação, porque sabia que a gente não ia apagar os áudios, e falava desaforos e ameaças. Para mim, ele agiu de má fé desde o começo. Ele deu férias [no curso] e, durante esse período, inventava mentiras para os pais dizendo que a gente estava doente ou em treinamento”, detalha.
Ela finalizar, a brigadista frisou que o medo de que ele cumpra as ameaças é bastante real. “Tenho medo dele fazer algo contra mim e meus filhos, porque ele parece ser um pessoa bem agressiva”, conclui.