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Câmara de Itabira: comissão temporária será composta por vereadores de oposição

Já Carlos Henrique de Oliveira (PDT) afirmou: "quando teve acesso ao vídeo fiquei espantado com a forma como esse deputado estadual se posicionou — fazendo trampolim político. Ele foi homofóbico e veio a público condenar e repudiar e veio tirar sarro com o público LGBT ao dizer 'LGBTQIYZ e não sabe mais o que'. Ele veio para fazer política, ele deveria estar aqui discutindo a duplicação das MGs 434 e 129; a questão do fim da mineração em nossa cidade; discutir a questão da delegacia, que é responsabilidade do Estado e a Prefeitura banca quase tudo. Mas não, ele veio mostrar a ignorância de um ser humano em pleno século 21". José Júlio Rodrigues "Combem" (PP) defendeu que é necessário ter foco nas discussões que importam à cidade e que não se pode deixar que pautas de ódio ganhem destaque em meio ao debate social da cidade. "Vivemos em uma cidade em que temos uma série de questões para serem discutidas, para serem resolvidas e as pessoas acabam perdendo muito tempo disseminando sentimentos que não são necessários. E os sentimentos que precisam ser disseminados, como o amor, tolerância, respeito ao outro, acabam sendo colocados por alguns em segundo plano", argumentou. Por sua vez, Júlio César de Araújo "Contador" (PTB) disse que "é muito triste ver o pré-julgamento. Às vezes uma pessoa não conhece a outra e, de imediato, vai subestimando em determinada situação. As pessoas também são um pouco hipócrita em relação às colocações de cunho religioso. Jesus, no Evangelho de João, diz muito claro: 'que todos sejamos um'. Mas que um é esse que queremos ser se imediato repugnamos, pré-julgamos, subestimamos a categoria, classe, decisão, opção... Precisamos de educação para entendermos, em pleno século 21, que todos sejamos um e enxergamos o outro como irmão verdadeiro". Enquanto Heraldo Noronha Rodrigues (PTB) disparou que "ele [Léo Portela] cometeu um erro enorme com uma cidadã itabirana. Esse erro não é só com a Laura [Souza], é com todos os itabiranos. A falta de respeito dele foi com todos os itabiranos. Ele não pode jugar a pessoa porque ela é homem ou moça. Ele tem que ver o currículo da pessoa e não pode julgar antes. É inaceitável. Eu respeito os Portelas por terem trazido emendas [parlamentares] para Itabira e por serem deputados atuantes, tanto o pai [Lincoln] quanto o filho [Léo], mas isso o que ele falou é inaceitável". Roberto Fernandes Carlos de Araújo "Robertinho da Autoescola" (MDB) declarou que "chega uma pessoa com nível máximo de instrução e solta um tanto de abobrinhas dessas. Essa moça que é secretária de Educação é super qualificada, então não coloque em xeque o cargo que ela ocupa não. Temos que respeitar o ser humano indiferente das suas condições e opções". A vereadora Rosilene Félix Guimarães (MDB) lembrou que "no ano passado, ainda no governo do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), foi sancionada a lei 14.192/2021, que classifica a violência política contra a mulher e estabelece, inclusive, a violência em função do sexo, da raça. Toda vez que uma mulher é agredida pela sua posição ou sua nomeação nós estamos caminhando, sim, em retrocesso. E, nesse caso, estamos presenciando um retrocesso que não vai servir de base para o que estamos tentando construir em nossa cidade".

Agora presidente, Heraldo Noronha optou por formar uma comissão temporária só com oposicionistas ao governo Marco Antônio Lage - Foto: Gustavo Linhares/DeFato

Durante as reuniões extraordinárias da Câmara Municipal de Itabira, realizadas na manhã de quinta-feira (2), o presidente da Casa, Heraldo Noronha Rodrigues (PTB), nomeou a comissão temporária que será responsável por definir quais os projetos de lei serão liberados para votação em plenário. O grupo será formado por três vereadores de oposição: Luciano Gonçalves dos Reis “Sobrinho” (MDB), Rosilene Félix Guimarães (MDB) e Sidney Marques Vitalino Guimarães (PTB). Essa composição pode representar ainda mais dificuldades para o governo Marco Antônio Lage (PSB) no Legislativo, já que o trio poderá acelerar ou atrasar a tramitação de pautas de interesse do prefeito.

A comissão temporária irá durar até que seja formatada as novas composições das comissões permanentes, responsáveis pela análise dos projetos de lei que tramitam na Casa. Porém, a definição desse quadro só deve acontecer após o feriado de Carnaval, já no final de fevereiro.

A primeira reunião da comissão temporária está marcada para acontecer na próxima segunda-feira (6), às 14h, no plenário da Câmara.

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