Nesta quarta-feira, 10 de junho, é celebrado em Itabira o centenário de Margarida Silva Costa. Para comemorar a data, a Câmara Municipal recebeu, nesta terça-feira (9), a filha de dona Margarida, Rosa Márcia Costa, a quem foi entregue uma Moção de Aplauso, de autoria do vereador José Júlio Rodrigues (PP). Missionária, dona Margarida dedicou-se a obras sociais como a Pastoral do Menor, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e Conselho Municipal do Bem Estar do Menor (Combem) por mais de de 35 anos. Por fazer parte do grupo de risco para a Covid-19, ela não pôde receber pessoalmente a homenagem.
Também participaram das homenagens o presidente e a coordenadora de projetos do Combem, Jorge Martins Borges e Alexandra Cristina Ferreira. O projeto de lei que institui 2020 como “ano municipal do centenário de Margarida Silva Costa” é a autoria do verificador Adélio Martins da Costa “Decão” (PMDB) e virou lei em 19 de março de 2019, após o projeto de lei ser sancionado pelo prefeito Ronaldo Lage Magalhães (PTB).
Histórico
Aposentada desde 1975, Margarida Silva Costa nasceu em 10 de junho de 1920. Viúva de Tomaz da Costa Filho, com quem teve seis filhos e oito netos. Dona Margarida, como é popularmente conhecida, sempre trabalhou fora de casa. O que, entretanto, não a impediu de prestar sua solidariedade ao próximo. Dedicou 30 anos de serviços à Vale. Antes, porém, atuou como professora, como escriturária e administradora do Hospital Carlos Chagas.
A morte do seu filho Rubens Rafael, em um acidente automobilístico, deu forças à dona Margarida para se dedicar ainda mais à caridade. A carência das crianças pobres chamou-a a atenção para a dedicação total do serviço. Voluntária desde 1946, neste mesmo ano passou a integrar-se no quadro da LBA. Em seguida trabalhou na Associação de Proteção à Maternidade e Infância de Itabira e no Conselho Municipal de Serviços Comunitários e Obras Sociais.
Desenvolveu um grande serviço na Sociedade São Vicente de Paula. Como consócia exerce atividades no Asilo São Vicente de Paula e teve atuação destacada na criação de duas unidades da creche Menino Jesus. No Colégio Nossa Senhora das Dores foi componente da primeira diretoria da Associação dos Pais e Mestres. Atuou no SOS – Serviços de Obras Sociais, desde a sua fundação em 1975 e ainda fez parte do Conselho Paroquial da Igreja Nossa Senhora da Saúde.
Entretanto, a maior preocupação de Dona Margarida foi e ainda é a juventude. No seu ponto de vista, “um país que não se preocupa com a criança, não pode ter um bom futuro. Foi pensando assim que entre 1976 e 1987 participou do Juizado de Menores, fazendo sindicâncias referentes a casos de infratores, desquites, curatelas e colocação de menores em lares substitutos. Esteve presente na elaboração de prioridades na assistência social, apresentadas à Vale. Também atuou decisivamente numa das questões mais polêmicas da cidade: a reforma da cadeia pública.
Dona Margarida, viveu uma atividade incansável, além do tempo dedicado à família, num misto de engajamento social e postura cidadã. Dedicou-se intensamente à Cáritas Diocesana, na Pastoral do Menor, na diretoria da Apae e como membro efetivo do Combem – considerado por ela uma das grandes realizações de sua vida, por se tratar de um trabalho de prevenção contra a marginalidade infanto-juvenil.
O ano municipal do centenário de Margarida Silva Costa tem como objetivo “reconhecer o seu valor pelo seu destaque, disponibilidade, visão, solidariedade, garra e dedicação”.