Estudo publicado nesta quinta-feira (01), na Science aponta que o derretimento das geleiras nos Andes não tem precedentes na história da civilização humana.
Cientistas ficaram chocados com a descoberta, já que, inicialmente, planejavam estudar o atual estado das geleiras e suas alterações ao longo da civilização humana.
Andrew Gorin, principal autor do estudo se disse surpreso e desabafou: “Achamos que estávamos décadas distantes desse resultado”, que acreditava que os resultados poderiam ser um acaso.
No entanto, amostras posteriores confirmaram o que ele temia.
“Isso mostra que está acontecendo mais rápido do que aqueles que estudam o tema acreditavam”.
Gorin e demais cientistas da equipe fizeram datação do carbono de rochas expostas recentemente pela redução das geleiras, medindo os níveis dos nuclídeos de berilo-10 e carbono 14, descobrindo que suas concentrações eram próximas de zero.
“Basicamente, se sua rocha consegue ver o céu, ela está acumulando esses nuclídeos”. Gorin acrescenta à sua observação que a taxa dos nuclídeos mostra que a rocha não esteve exposta durante o Holoceno, há 11.700 anos ou mais.
“Eu apostaria todas as minhas economias, que, de fato, essas geleiras estão menores do que eram desde o último período interglacial, que terminou a cerca de 115 mil anos”, afirmou.
Um correspondente da Reuters, recentemente, escalou as montanhas dos Andes e pode constatar o recuo das geleiras e as condições cada vez mais perigosas nas mudanças sem precedentes.
“Acho que é um sinal de que estamos deixando para trás as condições climáticas às quais estávamos acostumados, nas quais construímos a civilização global com a conhecemos”.