Cuidado com a automedicação em caso de suspeita de dengue
O hábito da população de usar medicamentos por conta própria, desconsiderando a prescrição médica pode ser muito perigoso. Dores no corpo, de cabeça e febre são sintomas da dengue, mas também se assemelham com os de outras doenças, o que pode levar as pessoas a se automedicarem. Este costume pode trazer muitos problemas, inclusive a […]
O hábito da população de usar medicamentos por conta própria, desconsiderando a prescrição médica pode ser muito perigoso. Dores no corpo, de cabeça e febre são sintomas da dengue, mas também se assemelham com os de outras doenças, o que pode levar as pessoas a se automedicarem. Este costume pode trazer muitos problemas, inclusive a evolução do quadro de uma dengue clássica para dengue hemorrágica, podendo provocar até a morte.
Segundo o médico-infectologista da Gerência de Vigilância Ambiental d a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Frederico Figueiredo, medicamentos derivados do ácido acetilsalicílico não devem ser administrados por pessoas com suspeita de dengue. “Eles podem causar sangramentos, já que a plaqueta do paciente está baixa e o medicamento reduz a coagulação do sangue”, afirma. O médico alerta ainda para o uso dos anti-inflamatórios não hormonais, como o ibuprofeno, o diclofenaco e a nimesulida. “Esses medicamentos também devem ter uso restringido, pois também possuem potencial hemorrágico”.
De acordo com a farmacêutica do Núcleo de Assessoria Técnica da Secretaria de Estado de Saúde (NAT/SES-MG), Priscila Oliveira Fagundes, a automedicação hoje em dia está muito mais facilitada principalmente pelo acesso ágil e fácil às informações via internet e outros meios de comunicação. “Muitas vezes, por sugestão de conhecidos que aparentemente apresentaram os mesmos sintomas ou por histórico do paciente que em outro momento teve sinais semelhantes, as pessoas acabam por decidir pelo uso de determinado medicamento sem buscar uma orientação apropriada. Essa prática da automedicação está relacionada ainda com a idéia de que o medicamento é um produto para sanar um mal, uma dor ou um mal-estar, sem a percepção de que o uso inadequado desse medicamento pode trazer consequências graves”, completa.
Sintomas e Recomendações
Ao utilizar medicamentos sem a orientação de um profissional de saúde, os sintomas de certas doenças, como a dengue, podem ser mascarados, o que dificulta o diagnóstico. Priscila recomenda procurar atendimento médico apropriado quando aparecerem os primeiros sintomas característicos da doença, como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo e no fundo dos olhos, náuseas, manchas vermelhas pelo corpo.
“Essas manifestações iniciais podem ser confundidas com outras doenças e apenas o profissional médico pode realizar o diagnóstico e prescrever medicamentos para alívio dos sintomas. É importante lembrar que a identificaçã o precoce dos casos de dengue é de grande importância para a tomada de decisões e a implementação de medidas oportunas para o controle da doença”, assegura.
Dados
Até o momento foram notificados 3035 casos de dengue em Minas Gerais em 2011. Não foi notificado nenhum caso de dengue hemorrágica ou de óbito por febre hemorrágica. Os municípios com maior número de casos notificados foram: Belo Horizonte (374), Mutum (213), Recreio (176), Uberaba (176), Rio Novo (166), Curvelo (145), Contagem (132), Coron el Fabriciano (95), Ipatinga (73), Ituiutaba (72), Governador Valadares (71), Pavão (70), Betim (55), Cental de Minas (50), Passos (48), Matias Barbosa (43), Vespasiano (40), Manhuaçu (36), Uberlândia (34) e Patos de Minas (30).