Médicos do HNSD e Pronto-Socorro reclamam de três meses de salários atrasados

Médicos que trabalham no Pronto-Socorro Municipal de Itabira e no Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) estão com os pagamentos atrasados. A informação é de profissionais que procuraram a reportagem de DeFato Online para relatar a situação.

Segundo informou uma médica, que não quis de identificar, não foram pagos os salários dos meses de setembro, outubro e novembro deste ano, sendo que o último salário recebido pelos profissionais foi o de agosto, mas, pago com dois meses de atraso, ou seja, em outubro.

De acordo com a médica, ficou acertado com a administração da casa de Saúde que o pagamento do salário de setembro seria realizado no último dia 5 de dezembro, o que não teria acontecido. “Nenhuma diretoria do hospital procurou os médicos para dar um pronunciamento oficial, não teve nenhuma resposta, nada”, disse.  

Médicos da cidade, que prestam serviço para o HNSD e Pronto-Socorro, procuraram pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e foram orientados a enviarem uma carta descrevendo a situação para o delegado do Conselho Regional de Medicina (CRM), que representa a classe, com cópia das informações para o prefeito de Itabira, Ronaldo Magalhães, o presidente da Câmara, Neidson Freitas, a secretária de Saúde, Rosana Linhares, a promotora de Justiça, Silvia Letícia Bernardes, além do provedor do HNSD, Vaquimar Vaz, e o bispo Marco Aurélio Gubiotti, que é presidente do hospital. 

Preocupada com a falta de salários, a médica alegou grande insegurança perante o quadro atual: “Muitos médicos estão vendendo seus bens e estão indo embora de Itabira. A gente tem que pagar nossas contas, temos nossos compromissos”.

Os profissionais são da área da Ortopedia, Cirurgia geral, Pediatria, Cardiologia e urgências médicas, e, conforme disse a médica, o Pronto-Socorro atende a ocorrências de 13 municípios da região, sendo a demanda muito alta.

Respostas

Procurado pela reportagem, o provedor do HNSD, Vaquimar Vaz, concordou que os salários estejam atrasados, mas contestou a informação de que os vencimentos já se acumulam há três meses. “Não é propriamente atrasado há três meses”, respondeu, brevemente. O provedor informou que nesta quinta-feira, 7 de dezembro, haverá uma reunião com a secretária Saúde, Rosana Linhares, para alinhamentos dessa questão.

Desde o último governo, quando também houve atrasos em salários e protestos de médicos, o HNSD argumenta que depende de repasses da Prefeitura para conseguir arcar com os vencimentos do corpo médico. A instituição recebe do município para administrar o Pronto-Socorro e o Samu, além de verba para custeio do próprio hospital.

Procurada para esclarecimentos, a secretária Rosana estava em uma reunião justamente para tratar desse problema. Em contato breve, ela afirmou estar “envolvida nas soluções das demandas”.