Fernando Villavicencio, de 59 anos, jornalista e então candidato à presidência do Equador foi morto a tiros na quarta-feira (9), logo após ato político em Quito, capital do país. Ele estava a caminho do seu carro quando foi baleado por três vezes. Outras sete pessoas ficaram feridas durante o atentado.
Candidato pelo Movimento Construye, Villavivencio alternava entre o quarto e quinto lugar na preferência do eleitorado, com a intenção de votos variando entre 6,8% a 7,4%, segundo pesquisas recentes.
🎥 O candidato a presidente do Equador Fernando Villavicencio, 59, foi morto com três tiros nesta quarta (9)
➡ Villavicencio foi alvejado depois de sair de um encontro político na cidade de Quito, segundo informações da mídia local pic.twitter.com/CvAswUQwIT
— UOL Notícias (@UOLNoticias) August 10, 2023
A eleição no Equador foi convocada por Guillermo Lasso, atual presidente, depois de ter dissolvido, por decreto, a Assembleia Nacional do país. o pleito para escolher o novo chefe do Executivo está marcado para acontecer no dia 20 de agosto. Também serão definidos o vice-presidente e 137 parlamentares.
Luisa Gonzáles, candidata pelo movimento Revolução Cidadã (RC), é quem lidera as pesquisas de voto em todos os levantamentos, com o percentual de aprovação variando de 29,2% a 30,5%.
Repercussão do atentado
O presidente Lasso, nas redes sociais, mostrou-se indignado com o atentado e prometeu que o crime não ficará impune. Ele enviou condolências à família e prometeu a prisão dos autores. “O crime organizado já percorreu um longo caminho, mas o peso da lei cairá sobre eles”, disse.
Lasso afirmou que reunirá o Gabinete de Segurança e convocou a procuradora-geral do Estado, Diana Salazar, a presidente da CNE (Conselho Nacional Eleitoral), Diana Atamaint, o presidente da Corte Nacional de Justiça, Ivan Saquicela e demais autoridades para um reunião de emergência que vai definir as ações a partir do ato.
Autoria
Em vídeo publicado na rede social X, antigo Twitter, um grupo de pessoas encapuzadas, que se dizem membros da facção criminosa Los Lobos, reivindica o crime. A facção é considerada a segunda maior do país. No vídeo, o grupo ameaça outros políticos, inclusive o presidenciável Jan Topic.
“Toda vez que políticos corruptos não cumprirem suas promessas quando receberem nosso dinheiro, que é de milhões de dólares, para financiar sua campanha, serão dispensados. Você também, Jan Topic, mantenha sua palavra. Se você não cumprir suas promessas, você será o próximo”, diz um dos membros da facção em vídeo.
No entanto, autoridades equatorianas não vinculam o assassinato do candidato à facção Los Lobos. Na semana passada, Villavicencio revelou ter recebido ameaças do grupo Los Choneros.
Segundo a BBC, a facção Los Lobos é dissidente da facção Los Choneros e tem cerca de 8 mil membros. Eles têm envolvimento com o tráfico internacional de cocaína.
Seis pessoas suspeitas de pertencerem à organização criminosa e de terem cometido o crime foram detidas pela polícia equatoriana, segundo a Procuradoria-Geral do Estado.
Eles foram presos nos distritos de Conocoto e San Bartolo, na capital Quito. A polícia ainda está em operações no bairro Guamaní. Em Conocoto foram encontradas dentro de uma mala, em um veículo abandonado em um prédio, várias armas e granadas.
Segundo Carlos Figueroa, amigo de Villavicencio, o candidato recebeu três tiros na cabeça e ao menos trinta tiros foram disparados no momento do atentado.