Nos últimos dias, tem se fortalecido o rumor sobre uma possível chegada do executivo de futebol Rodrigo Caetano no Atlético-MG. Com passagens por Vasco, Grêmio, Flamengo e, até dezembro de 2020, pelo Internacional, o dirigente viria para substituir Alexandre Mattos. Com a posse agendada para esta segunda-feira (4), às 17h, Sérgio Coelho daria sua primeira bola fora caso a informação fosse confirmada.
Ex-atleta, Rodrigo Caetano se tornou dirigente em 2003. Seus melhores trabalhos foram no Grêmio (2005-2008), quando ajudou o clube gaúcho a subir à Série A e realizar campanhas de destaque na Libertadores e no Brasileirão, e no Vasco, onde foi campeão da Copa do Brasil de 2011. Porém, Caetano tem enfrentado muitas críticas em seus trabalhos nos últimos anos.
As principais se referem à sua passagem pelo Flamengo. O diretor participou da reestruturação financeira do clube da gávea, entre 2015 e 2018, mas falhou muito nos investimentos. Das cerca de 40 contratações feitas por Rodrigo Caetano no rubro-negro, apenas sete realmente se justificaram.
Algumas delas, como Everton Ribeiro, William Arão e Diego Alves, só atingiram seu melhor nível quando Marcos Braz passou a ocupar o cargo de executivo do Flamengo. Durante sua passagem, nenhum título relevante foi conquistado, mesmo com o clube carioca tendo um orçamento muito superior à maioria dos seus rivais.
No Internacional, onde ficou entre março de 2018 e dezembro de 2020, alguns bons resultados foram alcançados. Porém, Rodrigo Caetano não conquistou títulos importantes novamente, tendo perdido, inclusive, uma Copa do Brasil para o Athlético-PR em 2019.
No Atlético, o cenário seria parecido com o encontrado no Flamengo há cinco anos: conduzir um clube com alto investimento à conquista de títulos. O ponto a ser observado, no entanto, é que foi justamente a partir deste cenário que Caetano acumulou seus piores resultados. Seu sucesso no Grêmio e no Vasco passou por uma recuperação dos dois clubes e a capacidade em se tornarem competitivos, mesmo sem possuírem tanto poderio econômico.
Alexandre Mattos, que também possui suas falhas, tem se mostrado muito mais capacitado nestes contextos. No Cruzeiro e no Palmeiras, teve liberdade para gastar o quanto fosse preciso e conseguiu títulos de expressão, como quatro Campeonatos Brasileiros e uma Copa do Brasil. Apostar em sua continuidade, para que seja feito um trabalho de peneira e o elenco, montado basicamente neste ano, seja mais equilibrado, me parece o melhor caminho para 2021.
Outras mudanças devem acontecer no Atlético-MG em 2021. A saída do diretor das categorias de base do clube, Júnior Chávare, também parece muito próxima e tem irritado alguns torcedores, que veem nele um dos melhores do Brasil em sua função.
Porém, mais drástico ainda seria trocar Alexandre Mattos por Rodrigo Caetano, que tem se sustentado mais pelo seu “pedigree”. Esta seria, sem dúvidas, a primeira bola fora de Sérgio Coelho à frente do Atlético.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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