Ídolo do Atlético-MG e histórico ativista na luta contra o racismo, o ex-atacante Reinaldo foi mais um nome a se pronunciar sobre a violência racista sofrida por Vinícius Junior, no último domingo (21), em partida do Real Madrid contra o Valencia. Por meio das redes sociais, o maior artilheiro da história do Galo pediu que os jogadores do futebol brasileiro, em apoio ao atleta revelado pelo Flamengo, comemorem seus gols com o punho cerrado, gesto eternizado pelo movimento “Panteras Negras” e repetido por ele nos gramados brasileiros.
“Eu tô me sentindo frustrado e revoltado com o que estão fazendo com o Vini Jr. Não podemos ficar de braços cruzados diante do racismo, vocês conhecem a minha luta. Então, faço um apelo a todos os atletas, independente do clube que joga, independente da cor da pele, do partido político ou da nacionalidade, comemore o gol com o punho cerrado. É uma demonstração de combate ao racismo”, discursou Reinaldo.
Além do simbolismo na luta contra o racismo, o gesto também foi feito por Reinaldo no contexto da ditadura militar. Em 1978, durante partida contra a Suécia pela Copa do Mundo, o atacante, à época com 21 anos, utilizou o punho cerrado para se rebelar contra o autoritarismo que tomava conta do país àquela altura. “No meu caso, era um gesto socialista, em protesto pelo fim da ditadura”, confessou Reinaldo anos depois.
Entenda
No último domingo, parte da torcida do Valencia, que enfrentou e venceu o Real Madrid por 1 a 0, gritou insultos racistas direcionados a Vinícius Junior no segundo tempo da partida, que foi paralisada.
No Estádio Mestalla, torcedores do Valencia gritaram repetidas vezes “mono” (macaco) em direção a Vini Jr, que mostrou ao árbitro Ricardo de Burgos de onde vinham as ofensas. O juiz, então, decidiu paralisar o jogo.
Desde então, o assunto tem pautado a mídia esportiva do mundo inteiro. Além de Reinaldo, outras figuras do meio esportivo e da política, como o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), manifestaram apoio ao jovem atleta.