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Cautela é necessária, mas Brasil deixa boas impressões em estreia na Copa

Brasil

Foto: Thais Magalhães/CBF

A estreia da seleção brasileira feminina na Copa do Mundo foi além das expectativas de muita gente. Ou pelo menos das minhas. Este que vos escreve, obviamente, até imaginava uma vitória, mas não tão ampla. Tanto pelo fator estreia e tudo que o envolve quanto pelo equilíbrio que marcou a primeira rodada da competição.

Mas o Brasil passou o carro e goleou o Panamá por 4 a 0, com três gols de Ary Borges e outro de Bia Zaneratto, este um gol para a história. Mais do que o placar, o desempenho do time comandado por Pia Sundhage empolgou diversos torcedores, algo natural, mas que deve ser encarado com cautela.

O Brasil teve ótima atuação coletiva. Demonstrando bastante variação de jogo, a seleção atacou pelos dois lados (embora as melhores jogadas saíssem pela esquerda), teve sabedoria para acelerar e cadenciar o jogo quando necessário, fez o perde-pressiona de forma impecável e não sofreu com o Panamá.

O meio campo, comandado por Luana (para mim a melhor em campo), Ary Borges e Kerolin foi extremamente dinâmico e controlou o ritmo da equipe, atacando e defendendo com a mesma intensidade. Bia Zaneratto se movimentou por todos os lados e abriu espaços muito bem aproveitados por outras jogadoras, especialmente Ary Borges.

Nas laterais, Antônia fez partida honesta e Tamires foi o fenômeno de sempre. Impressiona como a experiente atleta gera jogo pela faixa esquerda do campo. Por fim, Debinha e, principalmente, Adriana também jogaram muito bem.

Mas algumas ponderações precisam ser feitas. A principal, claro, é o nível do adversário. Estreante na Copa do Mundo, a seleção panamenha é o elo fraco do grupo e ofereceu pouca resistência. Ainda assim, nas raríssimas vezes em que superou a marcação adiantada e intensa do Brasil, levou relativo perigo ao gol de Lelê. Chances que a França, adversária do próximo sábado (29), poderia não desperdiçar.

Detalhes comuns a uma seleção que fez apenas sua estreia nesta edição da Copa. Ainda há muita bola para ser jogada, a geração é boa e o trabalho de Pia atingiu bom nível de maturidade. Porém, é necessário prudência para que não sejamos vítimas das nossas próprias expectativas.

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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