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Chanceleres da Rússia e Ucrânia não chegam a acordo sobre cessar-fogo

Chanceleres da Rússia e Ucrânia não chegam a acordo sobre cessar-fogo

Registro das delegações da Rússia (à esquerda) e da Ucrânia (à direita) em encontro mediado pela Turquia - Foto: Divulgação/Russian Foreign Ministry

O ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que discutiu, nesta quinta-feira (10), a possibilidade de um cessar-fogo de 24 horas em reunião com sua contraparte da Rússia, Sergey Lavrov, mas que não houve progresso neste sentido.

Em coletiva de imprensa após o encontro, na Turquia, Kuleba disse que a Rússia não está preparada para estabelecer um cessar-fogo e ainda busca a “rendição da Ucrânia”. “Isso não é o que eles vão conseguir”, disse o ministro, acrescentando que está disposto a manter o diálogo. “Estamos prontos para buscar soluções diplomáticas equilibradas para dar fim à guerra, mas não vamos nos render”, garantiu Kuleba.

O chanceler também disse que as tropas russas precisam deixar as instalações nucleares e de gás natural ucranianas. Kuleba afirmou ter dito a Lavrov que a Ucrânia não tinha problemas com segurança nuclear antes da invasão por forças russas. O comentário foi feito após o ministro das Relações Exteriores da Rússia levantar a questão durante as conversas.

Sergey Lavrov, afirmou que encontro com Kuleba não tinha objetivo de tratar de um cessar-fogo. Segundo ele, o tema será discutido por delegações em Belarus.

Na entrevista coletiva, o chanceler afirmou que “não quer acreditar e não acredita” que uma guerra nuclear será deflagrada, em meio ao conflito na Ucrânia, e acusou o Ocidente de abordar essa questão constantemente.

Lavrov disse ainda que Moscou nunca usou petróleo e gás como arma e afirmou que os países que fornecem equipamentos militares a Kiev criam ameaça para si.

Zelenski fala em negociar diretamente com Putin

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, voltou a afirmar, na quarta-feira (9), estar preparado para fazer concessões para terminar a guerra com a Rússia. Em entrevista ao jornal alemão Bild, Zelenski declarou que as concessões não podiam configurar uma “traição” ao país, mas que é possível ceder até certo ponto às exigências russas caso “o outro lado” decida se comprometer.

“Concessões podem ser feitas, mas não devem ser a traição do meu país. E o outro lado também deve estar preparado para se comprometer — é por isso que eles são chamados de concessões. Esta é a única maneira de sair desta situação”, disse o presidente ucraniano.

A fala veio após um questionamento se a Ucrânia estaria disposta a reconhecer a região de Donbass como independente e a Crimeia parte da Rússia, duas das exigências do Kremlin para remover as tropas do território ucraniano.

Na véspera de um encontro entre os chanceleres da Rússia e da Ucrânia na Turquia, na primeira reunião entre a cúpula da diplomacia dos dois países, Zelenski disse ainda que apenas com uma conversa direta entre ele e Vladimir Putin o conflito pode ser encerrado.

“Ainda não podemos falar sobre os detalhes. Ainda não tivemos contato direto entre os presidentes. Somente após as conversas diretas entre os dois presidentes podemos acabar com essa guerra”, concluiu.

* Com Estadão Conteúdo.

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