Francisco Andrade de Carvalho, 69 anos – popular Chico Caratê – é um símbolo da arte marcial em Itabira. O desportista, porém, residiu por 30 anos em Belo Horizonte. Nessas três décadas, foi professor no “Minas Tênis Clube”.
Francisco conheceu a arte marcial de uma forma bastante inusitada. Viveu um verdadeiro conto de fadas. Ainda criança, o atleta sofreu um grave acidente. Despencou de uma árvore quando tentava colher frutos. A queda foi muito séria. O garoto apresentou várias fraturas e quase perdeu a vida. O processo de recuperação foi lento e doloroso.
Na ocasião, um primo – que era praticante de caratê – usou as técnicas da arte marcial nos trabalhos de fisioterapia. “Eu tive muita dificuldade de locomoção, depois desse tombo. Mas, com as técnicas do caratê, a minha recuperação foi vertiginosa. E, partir de então, me interessei por essa modalidade”, relembra.
Chico revolucionou esse tipo de autodefesa no tradicional clube da capital mineira. Lá, o caratê se transformou numa mistura de Zen com arte marcial. E, assim, o esporte se encaminhou para a área da filosofia. Mas, como conciliar força física com a leveza da meditação?
“A ideia é se defender ao extremo, com sentimento de não perder, mas sem necessariamente ganhar. A ideia é afastar totalmente o pensamento da mente. O objetivo é canalizar toda a nossa energia no momento presente e eliminar, o máximo possível, a interferência do ego em nossas ações”, ensina o mestre .
E aqui uma importante notícia para os itabiranos. Chico Caratê está de volta, e traz para a sua terra natal uma proposta inovadora para a prática do caratê. Em breve, a cidade ganhará um espaço para a formação de uma nova geração de karatecas. E mais: há também uma tática específica para as mulheres se defenderem do feminicídio.
Francisco Andrade conta tudo sobre o caratê e detalha o seu projeto. Confira a entrevista completa no “Sala de Visitas” da TV DeFato.