O aumento da passagem do transporte público em Itabira dominou as discussões na reunião do Conselho Municipal de Trânsito (CMTT), nesta quarta-feira, 10 de janeiro. A Transportes Cisne pediu 22,19% de acréscimo no valor da passagem para este ano de 2018. Com um possível reajuste, a tarifa saltaria dos atuais R$ 3, 65 para R$ 4, 45. O encontro teve a finalidade de discutir o aumento tarifário no transporte coletivo.
Entretanto, como a planilha de custos chegou à Superintendência de Transportes e Trânsito (Transita) com atraso, no final de 2017, não houve tempo hábil para que a Transita iniciasse os estudos e avaliações do documento, foi o que informou o presidente do CMTT, Jairo da Silva Ferreira. “A solicitação chegou na Transita bem no final do ano passado”, comentou.
Na última reunião do Conselho, houve a definição de que nesta quarta-feira o aumento seria discutido, pela estimativa de que nesta data a Transita já teria concluído o relatório e encaminhado ao CMTT. “Mas, isso não foi possível. A solicitação ainda se encontra na Transita, que está finalizando os estudos técnicos para emitir o parecer. Assim que terminar, encaminhará para o Conselho e, em seguida, marcará uma reunião para começar a deliberar o assunto”. O gerente-geral da Transportes Cisne, Albino Pinheiro, representou a empresa.
Implicações ao aumento
Diante da possibilidade de aumento da passagem em mais de 20%, os vereadores Weverton “Vetão” (PSB), André Viana (PTN), Aguinaldo “Enfermeiro” (PRTB), Decão da Loteria (PMDB) e Weverton Júlio “Nenzinho” (PMN), que estavam no encontro, se mostraram preocupados com a situação.
O representante do Conselho de Transportes e Trânsito na Câmara, Aguinaldo Enfermeiro, alegou que a tabela apresentada é abusiva. Para ele, o aumento acarretaria, principalmente para a população menos favorecida, em uma dificuldade de pagar pelo transporte coletivo. “Esse aumento é abusivo, indesejável ao nosso olhar. Também contando que na população de Itabira hoje, temos 25 mil pessoas desempregadas, que não estão conseguindo nem mesmo fazer a compra do dia a dia”.
Aguinaldo argumentou que poderá haver muitos desempregos, pois, para o empresário é dificultoso manter o quadro funcional, já que haveria uma oneração nas folhas de pagamentos. Ele informou que caso haja reajuste, será feita uma passeata para barrar o aumento.
André Viana se disse disposto a pressionar o prefeito Ronaldo Magalhães para vetar o aumento. Ele afirmou que os 22, 19%, seriam “injustificáveis”, uma vez que “a empresa ficou quase três anos sem dar reajuste salarial aos seus funcionários. E quando deu, foram pífios 3%, R$ 14 no cartão alimentação, e vem querendo aumentar a passagem”, esbravejou, lembrando que ele deverá realizar um protesto. Weverton Vetão declarou: “A população está desempregada e nós não podemos colocar o povo para pagar uma conta, principalmente do transporte público do nosso munícipio, que é precário”.
Os vereadores reivindicaram que a próxima reunião do CMTT ocorra na Câmara Municipal, agregando toda a comunidade nas discussões. Ainda não há data definida, já que ela só acontecerá quando a Transita finalizar o relatório dos cálculos apresentados pela Cisne.