Aconteceu o óbvio nesta quinta-feira (19). Sem fazer muita força, o Flamengo venceu o Cruzeiro por 2 a 0 e afundou, de vez, a Raposa na crise. Para piorar, as próximas rodadas só trarão pedreiras para o clube celeste, inclusive o clássico do próximo domingo (22) contra o Atlético-MG. Porém, não seria exagero dizer que o confronto da Arena MRV pode ser considerado o mais acessível ao Cruzeiro até a 34ª rodada, quando enfrenta o penúltimo colocado Coritiba.
“Mas o Atlético não tem muito mais time que seu rival?”. Claro! Como deixam claro as posições de cada time. Mas estamos falando do tipo de jogo que vai além da qualidade dos jogadores ou do momento de cada time. Caso o clube, como um todo, consiga se mobilizar para o jogo do fim de semana, o Cruzeiro pode sonhar com uma vitória na nova casa do Galo.
Quantas vezes não vimos elencos limitados vencerem clássicos de forma surpreendente? Foi assim, por exemplo, em 2021. Já mergulhado em uma grande crise financeira e institucional, a Raposa venceu Hulk e Cia. Ltda por 1 a 0. Também temos o exemplo contrário, quando um bagunçado time do Galo, em 2010, bateu por 4 a 3 o Cruzeiro que lutava pelo título brasileiro.
É quase sempre a mesma história: uma imensa dor de cabeça ao perdedor e o paraíso para o vencedor. Nos demais jogos, o Cruzeiro enfrentará adversários superiores (Fortaleza, São Paulo e Internacional), Vasco e Bahia. Os dois últimos times que também lutam contra o rebaixamento, mas apresentam maiores sinais de reação. Além de encararem a Raposa no Mineirão, que inacreditavelmente se tornou um obstáculo ao time hoje comandado por Zé Ricardo.
Por essas e outras, o clássico do próximo domingo ganhou contornos ainda maiores. O Atlético é favorito, tem mais time e jogará diante da sua torcida. Mas o Cruzeiro pode se agarrar ao abstrato para finalmente conseguir o básico do futebol: vencer jogos.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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