Na noite desta terça-feira (16), muitos pararam em frente à TV para assistir ao maior clássico sul-americano – e um dos maiores do planeta. Pela 14ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo, Argentina e Brasil se enfrentaram em San Juan, e ficaram no 0 a 0. Você pôde acompanhar o jogão pelos planos SKY TV.
Cercada de expectativas, a partida terminou em um decepcionante 0 a 0. Claro que estamos falando de um clássico tradicionalmente tenso, mas a falta de maiores emoções durante os 90 minutos expôs a atual mediocridade que ronda o futebol de seleções. Ninguém está muito acima de ninguém.
Mesmo sem seu craque, o Brasil foi melhor que seu rival, o que não chega a ser uma novidade. Na América do Sul, a seleção brasileira sobra. Compacta, forte defensivamente e organizada, como costumam ser os times de Tite, a equipe canarinho permitiu poucas chances ao adversário e anulou, com bastante eficácia, Lionel Messi. No entanto, produziu pouco em relação ao que poderia, apesar de ter criado algumas boas chances. Esse, aliás, é o principal ponto a ser corrigido até a viagem ao Catar em 2022. Falta maior repertório ofensivo, jogadas menos previsíveis…
Mas a Argentina ainda foi pior. Muita transpiração, imposição, luta, e pouca criatividade. É nítida a melhora se comparado ao bando que costumávamos acompanhar durante alguns anos, mas ainda há muito a evoluir.
Essa não é uma exclusividade da América do Sul. Seja pelas poucas oportunidades de treinamento – que não permitem mecanismos de jogo mais elaborados -, transição entre gerações ou, até mesmo, a qualidade dos treinadores, as seleções, como um todo, têm jogado aquém do que podem. França e Itália, por exemplo, atuais campeãs mundiais e europeias, não chegam a dominar completamente adversários mais fracos. A seleção italiana, inclusive, precisará encarar uma repescagem para tentar se classificar à próxima Copa.
Portugal, com talentos como Bruno Fernandes, Bernardo Silva, João Cancelo e um tal de Cristiano Ronaldo, joga um futebol burocrático, insosso. Por isso acho exagerado cravarmos que a seleção brasileira não será campeã mundial a cada atuação decepcionante nas Eliminatórias. E quando lembramos que se trata de uma competição de um mês, em que cada detalhe pode ser determinante, o exagero fica ainda mais explícito.
O Brasil não é favorito para a próxima Copa do Mundo. O Brasil tem muito a melhorar. Mas ele é mais regra do que exceção dentro do medíocre universo das seleções.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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