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Clubes brasileiros deveriam repensar concepção dos seus estádios

estádios brasileiros

Foto: Alexandre Cassiano/Agência O Globo

O ótimo jornalista Irlan Simões tuitou, nesta sexta-feira (22), uma crítica ao Grêmio por não resolver um antigo problema da sua arena, inaugurada em 2012. Parte do setor inferior, à frente das cabines, regularmente aparece vazio nas transmissões, mesmo em jogos com bom público. Foi, inclusive, o caso de ontem, quando quase 30 mil torcedores acompanharam a vitória do tricolor gaúcho por 1 a 0 contra o Palmeiras. Uma ocupação razoável, mas insuficiente para um estádio cuja lotação máxima é de 55 mil torcedores.

Mas este não é um problema exclusivo do Grêmio. Internacional, Cruzeiro, Botafogo e Fluminense são outros exemplos de clubes que poderiam aderir a estádios mais “modestos”. No caso dos dois gaúchos e do Botafogo é uma possibilidade praticamente impossível, já que todos possuem raízes firmadas com suas casas.

Porém, Fluminense e Cruzeiro, que podem futuramente pensar em um estádio próprio, deveriam levar isso em consideração. São clubes gigantes e com milhares de torcedores, mas incapazes de atrair 50 mil pessoas por partida. Mandando os jogos em arenas com aproximadamente 40 mil lugares, é possível manter uma ótima média de público, arrecadar com bilheteria e não passar a quem assiste às partidas pela TV uma sensação de estádio vazio.

Observem a Inglaterra, por exemplo. Times tradicionais como Fulham, Crystal Palace e Brighton não possuem enormes fortalezas, mas sempre recebem apoio máximo dos torcedores. Até um gigante como o Chelsea manda seus jogos para pouco mais de 40 mil fãs no Stamford Bridge. Visualmente, isso ainda agrega à Premier League. Quantas vezes ouvimos a frase “lá todos os estádios ficam lotados”?

Há inúmeros fatores que explicam a dificuldade dos torcedores brasileiros em irem ao estádio. O alto custo, a distância, violência… Mas o fato é que podemos atenuar o problema se os clubes entenderem seus limites e repensarem a concepção das suas modernas arenas.

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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