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Coletivo Viravoltear estreia nova esquete cênica em homenagem a Cornélio Penna

Foto: Site Letras In.Verso e Re.Verso

Nesta segunda-feira, 9 de outubro, Itabira completa 175 anos de emancipação política. Entre as muitas atividades programadas para a comemoração, acontece a inauguração de um espaço em homenagem ao escritor Cornélio Penna, a partir das 17h30, no Museu de Itabira. Para celebrar o marco, o Coletivo Viravoltear irá estrear a esquete cênica “Itabirismo”. 

Um dos diretores do grupo, Walli Gomes, conta que o convite para integrar a programação de aniversário da cidade foi recebido com muita alegria. “É imensamente gratificante e ficamos extremamente alegres por poder contribuir com esse momento comemorativo e festivo do município. Esse convite demonstra que, além de admiração, há confiança no potencial que temos para fazer essa entrega falando de dois grandes nomes para nossa história: Drummond e Cornélio Penna, dois escritores e artistas que marcaram a modernidade do país”, comemora.

Walli explica que “Itabirismo” nasceu do desejo de mostrar um pouco mais da relação entre Cornélio Penna e Carlos Drummond de Andrade. O termo que dá nome à esquete cênica era usado por Penna para se referir à alma e jeito dos itabiranos, objetos de inspiração também da obra drummondiana. “O que as pessoas vão ver é um  pouquinho da essência desses dois autores. Após a morte de Cornélio Penna, Drummond disse que a cidade deveria homenageá-lo com um busto num jardim bem bonito. Cornélio dedicou um livro para a “querida amiga Itabira”, ele tinha esse sentimento de amizade, reciprocidade e companheirismo. Ele acreditava que, para além da riqueza mineral, a verdadeira riqueza era a cidade e as pessoas. ‘Itabirismo’ mostra o encontro da poesia drummondiana e da poética corneliana”, detalha.

A esquete tem direção cênica e produção de Walli Gomes e Warley Ferreira como assistente de produção. Os atores que dão vida aos personagens são João Filipe e Moi Félix. “Itabirismo” conta ainda com o músico Emmanuel Costa e comunicação de Tati Linhares.

Sobre Cornélio Penna

Nascido em Petrópolis, em 1896, Cornélio Penna foi um escritor brasileiro que se destacou no Segundo Tempo do Modernismo no Brasil. Com apenas um ano de idade, sua família se mudou para Itabira, terra da família de seu pai. Porém, no ano seguinte, Penna e os irmãos foram morar em São Paulo. O escritor voltou a Itabira por mais um ano entre 1900 e 1901.Depois, sob a tutela de parentes, voltou para São Paulo.

Seus primeiros ensaios literários datam de 1914, quando começou a cursar Direito. Depois de se formar, Penna foi morar no Rio de Janeiro e em 1920, iniciou sua carreira de pintor, ilustrador e desenhista. Em 1935, ele decidiu encerrar a carreira de pintor pois achava que seus trabalhos eram “literatura desenhada”. Começava ali sua carreira como romancista, lançando seu primeiro livro “Fronteira”, ambientado em Itabira com cenários e a atmosfera da “cidade do ferro, com suas ladeiras e casarões antigos”. A obra se tornou um marco para uma nova linha do romance brasileiro já que se diferencia muito da literatura praticada na época.

Descrito como um homem de temperamento estranho e amigo da solidão, Cornélio Penna casou-se em 1943 e não teve filhos. Com o tempo, afastou-se do ambiente literário, vivendo cada vez mais dentro de seu próprio mundo. Penna faleceu em Petrópolis, em fevereiro de 1958.

“Sem dúvida nenhuma, poder nos deparar com a obra corneliana expandiu muito nossa visão acerca de Cornélio Penna, conhecendo novas facetas como desenhista, pintor e escritor. Ele marcou na literatura nacional uma característica importante: o realismo psicológico. Poder ver mais dele foi enriquecedor, tanto que estamos pensando em nos aprofundar ainda mais para trazer outros trabalhos inspirados nele. Falar desse autor, talvez pouco conhecido pelo município, é de extrema importância para apresentar essa literatura intrigante, obscura e maravilhosa”, finalizou Walli Gomes.

 

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