Com 5,6 mil habitantes, Bom Jesus do Amparo vem se destacando com a sua produção agropecuária. Ao contrário de algumas cidades do Médio Piracicaba, o município não conta com atividades minerárias e, por isso, tem apostado no agronegócio como vetor para impulsionar a sua economia e promover o seu desenvolvimento sustentável. Um trabalho que conta com o apoio do Sindicato dos Produtores Rurais, que tem desenvolvido uma série de ações para fomentar o setor.
“Lá atrás, nós tivemos aqui o boom do café, com produção em grande quantidade e que empregavam as pessoas. Isso passou e, há 20 ou 30 anos, veio o eucalipto, que por um tempo foi principal produto [do agro] no município. Ainda temos o eucalipto, mas não tão pujante. Agora, há pouco tempo, veio a produção de leite — e temos também o gado de corte, nas pequenas, médias e grandes propriedades. Mas, agora, o leite é a menina dos olhos do município e nós temos que voltar um olhar imediato para essa atividade porque é renda, emprego e, principalmente, alavanca o município em todo sentido”, destacou Wanderlei Ribeiro, que deixou a presidência do Sindicato dos Produtores Rurais de Bom Jesus do Amparou no dia 6 de junho.
Atualmente, Bom Jesus do Amparo produz mensalmente 488.706 litros de leite — e quase 6 milhões por ano. Além disso, o município também se destaca na produção de silagem, utilizada para alimentação do gado, com 20.610 toneladas anualmente. “Nós temos hoje grande produção de leite com tecnologia, e isso é importante. Nós somos, hoje, referência para o Médio Piracicaba na produção de leite. Temos a maior produção da região”, afirmou Wanderlei Ribeiro.
A expectativa é de que essa produção continue em expansão na cidade. A previsão é de que a produção de leite chegue, ainda em 2024, a uma média de 550 mil litro por mês e até 7,2 milhões por ano.
Apoio ao agronegócio
Desde 2023, quando teve a inauguração da sua nova sede, com a presença do governo Romeu Zema (Novo), o Sindicato dos Produtores Rurais de Bom Jesus do Amparo vem se fortalecendo para oferecer cursos de capacitação e apoio ao homem do campo, inclusive nas questões relacionadas ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
“Quando fizemos a sede do sindicato, acoplamos a ela um local de aprendizado, onde centralizamos os cursos que vínhamos fazendo em vários lugares da cidade. Nós temos que atender o produtor rural. Nós trabalhamos com duas linhas do sindicato: a formação profissional rural (FPR), que é diretamente para a propriedade rural, onde a pessoa vai trabalhar na fazenda, no sítio ou na chácara, e a promoção social (PS), que são os cursos para as pessoas”, explicou Wanderlei Ribeiro.
Agora, em 2024, o sindicato está inaugurando mais uma estrutura de apoio: o Salão do Agro. “A função dele é ser um espaço de convivência e reuniões dos produtores, além de um entreposto comercial, principalmente com a loja do produtor rural — onde o pequeno produtor rural, que é aquele que produz quitandas, queijo, doce e mel, terá um espaço público para venda”, destacou Wanderlei Ribeiro.
Mais ações do sindicato
Para a secretária executiva do Sindicato dos Produtores Rurais e agente de desenvolvimento rural do sistema FAEMG/Senar, Natália Vieira Nepomuceno, de 33 anos, o potencial do município é agropecuário e, por isso, é necessário atuar para fortalecer cada vez mais o setor. “Nós não temos mineradores, não temos grandes indústrias. Por isso entendemos que o forte, o que pode ser explorado aqui é o agronegócio porque nós temos terras e bons produtores. Então, como sindicato, a gente busca sempre investir nisso pois enxergamos o potencial”, avaliou.
De acordo com Natália, a parceria mais forte do sindicato é o convênio com o sistema FAEMG/Senar, que permite a promoção de capacitações profissionais e promoções sociais em áreas diversas. “Todas as atividades que são relacionadas ao agronegócio, desde a questão de plantação de hortas, frutas, criação de bovinos, operações de máquinas, todas essas atividades relacionadas ao agronegócio estão em nosso catálogo de eventos e cursos para atender o produtor rural”, garantiu.
Outra ação é a assistência técnica e gerencial (ATG), onde são atendidas atividades específicas com consultorias mensais, durante dois anos, para que os produtores rurais possam aperfeiçoar as atividades em suas propriedades. “Acabamos de encerrar o atendimento para os criadores de gado leiteiro e vamos iniciar agora com os criadores de gado de corte”, contou Natália.
Os associados do sindicato também acesso ao FAEMG Clube de Benefícios, que têm valores customizados em planos de saúde, seguros, instalação de usinas fotovoltaicas, entre outros benefícios. A instituição sindical também oferece serviços junto ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA-MG), como a atualização de rebanhos. Além de fazer a emissão de certificados digitais.
Já o convênio com o INSS permite realizar processos, como a solicitação de aposentadoria rural, auxílio maternidade e auxílio doença, todos esses processos que estão relacionados com a área rural, na sede do sindicato — sem precisar se deslocar para outra cidade para ter atendimento.
“É importante a gente fortalecer a classe de produtores, é importante que o produtor se conscientize da necessidade de se unir para ficar mais forte, a gente precisa de mais representatividade em todas as esferas, e, para isso, precisamos nos unir para defender as causas, para discutir as nossas prioridades”, finalizou Natália.