Até o fim do mês de março, a Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb) possuía uma dívida de R$37.266.191,49 junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), a Receita Federal e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. A informação foi repassada pelo diretor-presidente da Itaurb, João Mário de Brito, durante sua prestação de contas na Câmara Municipal de Itabira, na tarde desta segunda-feira (13).
De acordo com João Mário, o cenário da empresa já foi ainda pior, quando em janeiro de 2021, a dívida extrapolava R$75 milhões (sendo reduzida para pouco mais de R$46 milhões após renegociação). Para quitar o débito vigente, existe um parcelamento estimado para 30 meses de R$1.242.206,38, com término previsto em setembro de 2028. Em sua apresentação – para apenas três vereadores -, o diretor-presidente afirmou que as dívidas são referentes a gestões passadas e admitiu que o parcelamento mensal “deixa a Itaurb realmente muito apertada e com fluxo de caixa em baixa”.
“É um parcelamento que não tem receita específica para ele. São dívidas do passado que a empresa está honrando até mesmo para manter suas certidões”, disse.
Durante a prestação de contas, João Mário não apresentou qual é a receita mensal da Itaurb, bem como o valor de suas despesas. A falta dos dados foi percebida pelo vereador Rodrigo Assis “Diguerê” (MDB), que prontamente solicitou ao diretor-executivo o envio dos números em outra oportunidade. “Por que daqui a pouco pode chegar aqui na Câmara um projeto de aporte financeiro”, ressaltou o vereador. Sem informar qual seria o valor do déficit mensal, João Mário confirmou que existe o problema, mas disse que a repactuação de contratos da Itaurb com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano poderá “suavizar” a situação.
“Hoje, a grosso modo, mesmo pagando esses parcelamentos, eu digo que a Itaurb ainda fica deficitária. Isso porque nós ainda estamos atrasados na repactuação. Acertando a repactuação, vamos ficar com o fluxo de caixa positivo”, respondeu João Mário.
Estrutura precária?
João Mário de Brito também deu detalhes sobre a estrutura da empresa, que atualmente possui 804 funcionários (entre estagiários, afastados e aprendizes), sendo 755 deles ativos. Os demais estão em licença sem vencimentos (16) ou afastados pelo INSS (33). No entanto, o dado que chamou a atenção do Plenário é relativo ao número da frota de veículos e máquinas da empresa: de 57 veículos, 40 estão inoperantes, esperando serem leiloados.
Devido ao cenário de altas dívidas e dificuldade no fluxo de caixa (além da ausência de equipamentos e de mão de obra), a Itaurb não consegue fazer toda a zeladoria de limpeza urbana da cidade. Por isso, empresas terceirizadas dão apoio à empresa na realização de alguns serviços, como: coletas, varredura, varrição, capina e roçadas.
“De fato, a Itaurb hoje não dá conta de fazer toda a zeladoria da cidade com a estrutura que ela tem. Então ela precisa crescer, precisa ter mais equipamentos e mais mão de obra. Diante disso, para a cidade não ficar suja, é que a própria SMDU, que é nossa principal contratante, tomou a providência de buscar outras empresas”, informou.