Foi dado o pontapé inicial para a terceira edição do Festival Literário de Itabira – Flitabira. Em um palco montado à frente da Casa de Drummond, o principal homenageado do evento, figuras importantes da cultura brasileira, como Afonso Borges (curador do projeto), João Cândido Portinari (filho de Cândido Portinari), Pedro Drummond (neto do poeta) e o secretário de Formação, Livro e Leitura do Ministério de Cultura, Fabiano Piúba, participaram da abertura do festival.
Um dos pontos altos dos discursos da noite desta quarta-feira (1º) foi a leitura de uma longa carta feita por Fabiano Piúba a Drummond. Nela, o secretário exaltou a obra do ícone itabirano, destacou o trabalho do ministério e prestou homenagens a Krenak e Conceição Evaristo, dois dos principais nomes desta edição do Flitabira.
Além disso, o ex-secretário da Cultura do Ceará comentou sobre a emoção sentida logo ao entrar em Itabira. “Para mim foi uma emoção quando eu estava a caminho e vi o arco na primeira entrada, onde está escrito ‘seja bem vindo a Itabira, terra de Carlos Drummond de Andrade’. Peço licença aos troncos velhos e aos ancestrais desta terra mineira por estar pisando nesse solo sagrado”.
Já Afonso Borges, primeiro a falar ao público, ressaltou que esta, sim, será a primeira edição do Flitabira. Ele lembrou das dificuldades enfrentadas pela equipe do festival nos últimos anos.
“Eu estava comentando com meu amigo Marco Antônio, prefeito dessa cidade, que este é o primeiro festival literário de Itabira, apesar de estar na terceira edição. Porque o primeiro fizemos em plena pandemia, dentro da Casa de Drummond. O segundo fizemos com um número muito reduzido de autores, ainda com as restrições da pandemia. Esse não, esse presencialmente com um grande número de escritores que vêm de fora, somado aos escritores de Itabira e região. Este é o conceito do festival que a gente faz”, afirma.
Já Marco Antônio Lage (PSB) enfatizou a cultura como uma das alternativas econômicas de Itabira após o fim da extração mineral. Para ele, o festival literário é parte importante desta transformação.
“O Flitabira representa muito esse momento de transformação da cidade, nós que buscamos reinventar a cidade que está por vir após a exaustão mineral. Uma cidade que ainda vive 82% da sua economia do minério de ferro. Com isso, precisamos buscar novas vertentes e a cultura é uma delas. Tenho a consciência e a convicção de que o investimento na cultura será, seguramente, essa âncora que promoverá essa transformação social e econômica para o futuro de Itabira”.