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Com lucro de US$ 5,5 bilhões, Vale é cobrada por investimentos em Itabira

Itabira, Bela Vista de Minas e São Gonçalo do Rio Abaixo estão entre as finalistas do do Prêmio Municípios Mineradores

Mina Conceição, em Itabira - Foto: Esdras Vinícius

Nesta semana, a mineradora Vale anunciou o lucro recorde de US$ 5,546 bilhões no primeiro trimestre de 2021 — o equivalente a R$ 30,5 bilhões. O resultado representa um aumento de 2.220% em relação ao mesmo período de 2020, quando a empresa lucrou US$ 239 milhões. O resultado foi possível devido a escalada nas cotações internacionais do minério de ferro e a retomada de operações em minas que estavam fechadas.

O balanço financeiro da mineradora foi divulgado na segunda-feira (26) e, na ocasião, o bom desempenho foi atrelado à retomada de atividades em minas que haviam sido interditadas após a tragédia em Brumadinho, que deixou 272 mortos no início de 2019. Além disso, a produção da empresa cresceu 14% em relação ao primeiro trimestre de 2020 — o que também explica o resultado financeiro obtido nos primeiros meses de 2021, mesmo com a pandemia de Covid-19.

Essa alta na produção coincidiu com o aumento no valor de comercialização do minério de ferro, que na última segunda-feira atingiu o seu maior patamar em 13 anos. De acordo com a Vale, no primeiro trimestre deste ano a sua produção foi vendida a US$ 155,5 — aproximadamente R$ 845 — por tonelada. Esse valor, em média, é 19% maior do que o praticado nos quatro últimos meses de 2020.

Diante do excelente desempenho apresentado pela Vale, o deputado estadual Bernardo Mucida (PSB), em pronunciamento na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na quarta-feira (28), afirmou que o lucro obtido em três meses representa 50 anos de arrecadação de Itabira e defendeu a utilização de parte desse montante obtido pela mineradora nas cidades em que ela atua.

“É bom para o Brasil ter uma empresa do porte da Vale, mas seria melhor ainda se os municípios mineradores tivessem um retorno maior sobre as riquezas que são arrancadas de suas terras. Minha luta não é contra a Vale. Ao contrário, minha luta é para que a empresa deixe um retorno maior na cidade. Que ajude não apenas circunstancialmente, mas invista em projetos estruturantes. Defendo investimentos em infraestrutura, educação, ciência e tecnologia para promover a diversificação econômica da região e deixar um verdadeiro legado para as próximas gerações”, afirmou Bernardo Mucida.

Já o presidente do Sindicato Metabase de Itabira e Região, André Viana — que foi eleito para o Conselho de Administração da Vale neste ano —, esse é o melhor momento para cobrar investimentos da empresa nos trabalhadores, nas minas que explora e nas cidades em que está presente.

“Investir em nossas minas para afastar o fantasma da exaustão do minério em 2030 é urgente. A empresa tem uma condição financeira totalmente favorável e precisa bancar isso com a mineração a seco, extinção das barragens e, também, com possibilidade do beneficiamento do minério de ferro de outras regiões aqui em Itabira, como é o projeto da Serra da Serpentina. Já tenho compromissos agendados como conselheiro sobre esses temas”, destacou.

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