Agora bicampeão da Copa do Brasil, após a vitória por 2 a 1 sobre o Athletico-PR, em Curitiba, na quarta-feira (15), parte do elenco do Atlético-MG desembarcou no Aeroporto Internacional de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, no início da manhã desta quinta-feira (16), por volta de 6h20. Na bagagem, a delegação levou a taça da competição nacional, vencida pelo clube mineiro pela segunda vez — a primeira foi em 2014.
Voltaram para Belo Horizonte os zagueiros Réver e Igor Rabello, os meias Dylan Borrero, Nacho e Zaracho e o atacante Hulk e Savarino, entre outros membros da comissão técnica e da diretoria. Alguns, como é o caso do treinador Cuca, só retornarão à capital mineira na reapresentação para a pré-temporada de 2022, marcada para começar no dia 17 de janeiro
Desta vez, foram poucos os torcedores que se deslocaram ao aeroporto para acompanhar a chegada dos atletas. Um dos jogadores que desembarcou em Belo Horizonte, Igor Rabello disse que a noite de quarta-feira e a madrugada de quinta-feira foram de bastante festejo. “A noite foi bem intensa ontem (quarta). Agora é cada um comemorar com sua família, aproveitar para descansar bastante”, afirmou.
A diretoria do Atlético-MG não preparou nenhuma comemoração oficial na capital mineira. Mas a festa da torcida começou ainda antes do jogo de quarta-feira. Com o duelo realizado em Curitiba, vários bares de Belo Horizonte receberam os atleticanos no decorrer da noite.
Após a confirmação do título, a maior concentração pelas ruas foi em frente à sede administrativa do clube, no bairro de Lourdes. Houve foguetório no local. No ginásio Mineirinho, a partida foi transmitida em um telão, com atrações musicais desde o início da noite.
Outros pontos de comemoração foram registrados em pontos tradicionais de Belo Horizonte: na avenida Olegário Maciel, região Centro-Sul, onde fica localizada a sede do clube, e também na Praça Sete, no centro da capital mineira.
Hulk destaca a humildade do elenco do Atlético-MG
Artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 19 gols e da Copa do Brasil, com oito, Hulk destacou a humildade do elenco do Atlético-MG na conquista da Tríplice Coroa, após a vitória, nesta quarta-feira, em Curitiba, diante do Athletico-PR por 2 a 1.
“O nosso coletivo foi o diferencial. Ganhamos jogo a jogo. Viemos para Curitiba, depois de vencer em casa, e enfrentamos um adversário muito difícil, forte e conquistar este título que vem coroar nossa temporada, após o Campeonato Brasileiro que era esperado há 50 anos”, disse o atacante, autor do segundo gol.
Hulk revelou toda sua alegria por ser o artilheiro das duas competições nacionais no mesmo ano. “Não é fácil, mas quero destacar a ajuda dos meus companheiros, da minha família e de Deus para obter estas conquistas”, afirmou o atleta, de 35 anos
Autor de 36 gols na temporada, Hulk foi contratado no fim de janeiro, após passar 15 anos no exterior. Paraibano, de Campina Grande, o atleta, que deixou o Brasil em 2004, após um ano no Vitória, atuou no Japão, Portugal, Ucrânia e China, antes de desembarcar em Belo Horizonte.
A finalíssima
O Atlético Mineiro fez valer na noite desta quarta-feira a condição de melhor time do Brasil na atualidade da maneira que designa os melhores: conquistou o bicampeonato da Copa do Brasil ao vencer o Athletico-PR por 2 a 1, na Arena da Baixada, em Curitiba. Na prática, o time mineiro só confirmou a taça, ganha nos 4 a 0 no Mineirão na primeira partida da decisão. Campeão estadual e brasileiro, o Atlético garantiu a Tríplice Coroa na temporada.
Além da taça, o time mineiro, que havia sido campeão em 2014, garante R$ 56 milhões de premiação em seus cofres.
A melhor temporada da centenária história do Atlético-MG — a fundação ocorreu em 1908 — só não foi perfeita porque o time ficou pelo caminho na Copa Libertadores. Foi parado na semifinal pelo Palmeiras, que acabaria campeão.
De uma coisa o Athletico não pode reclamar: de falta de apoio. Os torcedores do time paranaense fizeram de tudo para empurrar o time dentro da arena — fora, ocorreu atos desagradáveis como as pedradas no ônibus com a delegação mineira, que teve um vidro quebrado, sem consequência para os jogadores. E como o teto retrátil da Arena da Baixada foi fechado sob o argumento da chuva, o estádio se tornou uma panela de pressão.
O problema para os paranaenses é que o Atlético não é o melhor time do Brasil por acaso. É também uma equipe “cascuda”, que soube explorar o inútil recurso utilizado inicialmente pelos jogadores do Athletico: o jogo pesado, às vezes violento, argumento típico dos derrotados. E desprovidos de inteligência.
Isso porque, a cada jogada mais ríspida, os jogadores do Atlético se estatelavam no gramado, parando o jogo. Ótimo para quem tinha quatro gols de vantagem.
Gol anulado – Quando percebeu que havia uma chance de reverter o resultado seria jogando, o Athletico até fez gol, em lance em que Cittadini cruzou e Pedro Rocha concluiu, mas o gol foi anulado com auxílio do VAR porque a bola tocou na mão do atacante.
Mas, para piorar, as poucas esperanças dos paranaenses acabaram de vez aos 24 minutos, num contra-ataque do Atlético. Com espaço, Vargas rolou para Zaracho na direita. O argentino avançou e cruzou rasteiro para Keno completar.
O Athletico sentiu o gol e nem a única jogada que tinha, os cruzamentos na área, conseguiu fazer por algum tempo. Já o time mineiro, bem posicionado em campo para interceptar as tentativas adversária e com bom repertório de jogadas ofensivas, acabou criando dois boas chances de ampliar.
Para o Athletico, além de inferior técnica e taticamente, as coisas não davam mesmo certo. Tanto que aos 38 minutos perdeu por contusão Renato Kayzer, bom jogador, mas ontem muito descontrolado e mais preocupado em discutir do que em jogar. Ao ter de sair, o atacante deixou o campo chorando copiosamente.
Na etapa final, com o time mudado, o Athletico fez pressão, criou boas chances e teve um gol de Mingotti anulado por impedimento milimétrico do atacante.
O Atlético, porém, tinha a seu favor o fato de poder esperar apenas o tempo passar. Ainda assim, teve chances e ampliou aos 30 minutos, quando Hulk recebeu de Savarino, invadiu e encobriu Santos com um belo toque de esquerda.
Derrota sacramentada, a torcida paranaense deu uma demonstração de amor ao time, reconhecendo o trabalho dos vice-campeões. E foi recompensada com o gol de honra, marcado por Jaderson aos 41 minutos. Festa mesmo, porém, fez a torcida do melhor time do Brasil.