O comandante do 26º Batalhão da Polícia Militar, sediado em Itabira, tenente-coronel Hudson Ferraz, exaltou, em encontro recente com a imprensa, a redução nos índices de crimes violentos no município. Segundo o responsável pela segurança pública, o número desse tipo de ocorrência caiu 28% nos dois primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2017. A quantidade de homicídios teve queda ainda mais drástica: 65%.
Hudson Ferraz está em Itabira há pouco mais de um ano. Ele tomou posse como comandante em 14 de fevereiro no ano passado, em um período que o número de crimes violentos estava muito acima do que no mesmo período em 2016, segundo dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). “O ano passado foi de muito trabalho. Tivemos que adotar medidas fortes para fecharmos com patamares semelhantes aos de 2016”, comentou o militar.
Segundo dados da Seds, expostos no site Minas em Números, Itabira registrou 99 crimes violentos nos dois primeiros meses de 2017, contra 58 em 2016. Agora, em 2018, as ocorrências sofreram redução de 28%. “Estamos num patamar bem melhor que no ano passado”, afirmou.
Ainda de acordo com o tenente-coronel, o número de roubos (principal modalidade de crime violento praticado em Itabira) caiu 24% e os homicídios despencaram 65%. Para se ter uma ideia, o número de roubos no município no ano passado era de 79 nesta altura do ano, enquanto os assassinatos eram 6. O sistema do governo do estado ainda não disponibilizou os números absolutos dos primeiros meses de 2018.
Para Hudson Ferraz, as reduções nos índices de criminalidade se devem às constantes operações realizadas em Itabira desde que assumiu o comando da corporação. “Vocês estão vendo como estamos trabalhando. Hoje se um sujeito escapa de uma operação, cai em outra”, exclamou, citando tanto as ações em locais de denúncia quanto as abordagens de trânsito nas vias locais e nas rodovias. “Nunca apreendemos tantas armas como agora. Só neste ano foram 54 apreensões, 25% a mais que no ano passado, que já tinha um índice alto”, completou.
Críticas à legislação
Durante encontro com a imprensa de Itabira, o comandante da PM fez duras críticas à legislação vigente, que na opinião dele favorece a reincidência dos criminosos. Hudson Ferraz citou até mesmo a intervenção federal em curso no Rio de Janeiro. “Não adianta nada colocar o exército nas ruas, garantir uma sensação de segurança por um tempo e depois quando eles forem embora continuar tudo como está. Com a legislação que temos hoje, os criminosos têm a certeza da impunidade”, disse.
Uma das medidas adotadas pela PM em Itabira para dar maior sensação de segurança aos cidadãos é o contato mais próximo. Segundo o comandante, desde que assumiu, já foram 83 reuniões comunitárias nos bairros e quase 150 visitas a vítimas de crimes em Itabira.
Outra ação importante foi a instauração do Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) em quatro comarcas que integram o 26º Batalhão (Itabira, Ferros, Barão de Cocais e Santa Bárbara). Esse documento substitui o boletim de ocorrência padrão em alguns tipos menos graves de crimes e agiliza a resposta da Justiça. Os TCOs seguem direto para o Poder Judiciário, dispensando a presença dos envolvidos na Delegacia de Polícia Civil.
“Em pouco tempo as pessoas envolvidas são chamadas. Isso traz maior sensação de segurança a quem sofreu o crime e leva a certeza da punição a quem praticou. As pessoas ficam cientes que serão cobradas, sim”, argumentou o militar. Segundo Hudson, desde que o modelo passou a ser adotado, mais de mil TCOs foram lavrados, 500 só em Itabira.
Ainda de acordo com o comandante, os TCOs também contribuem para evitar o descolamento dos militares das outras cidades, que antes precisavam vir até a Delegacia de Itabira, dependendo da escala de plantão da Polícia Civil, para registrar as ocorrências. Foram, nas contas apresentadas por Hudson Ferraz, 75,3 mil quilômetros que deixaram de ser percorridos, uma significativa economia de recursos e de efetivo.