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Começa o tratamento de rejeitos de barragens abandonadas por mineradora

O governo de Minas Gerais deu início, na segunda-feira, dia  13, ao tratamento dos rejeitos das barragens 1 e 2 da Mina do Engenho D’água, da Mundo Mineração Ltda, abandonadas pelos proprietários da empresa em 2011, em Rio Acima. As obras para descaracterização do risco das estruturas começaram em abril, com a montagem da Estação de Tratamento de Água (ETA) pré-fabricada, com capacidade para tratar até 40 litros de rejeitos por segundo. As informações são da Agência Minas. 

Após o tratamento, o efluente líquido será analisado e, depois da autorização do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), integrante do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), será lançado no Rio das Velhas. Paralelamente, a empresa contratada para execução das obras civis já está instalando a instrumentação geotécnica – piezômetros e inclinômetros para monitoramento dos maciços de contenção dos rejeitos – e executando os trabalhos de tratamento das encostas existentes no local.

Obras

O empreendimento, com recursos da ordem de R$ 7,3 milhões, será concluído em dez meses. As obras compreendem o envelopamento dos resíduos, a recomposição de vegetação e drenagem da área, além das movimentações de maciços de terra, com escavação, aterramento e compactação; execução de canais de drenagem periféricos; sondagens; contenções em gabião; instalação de manta geotêxtil de Polietileno de Alta Densidade (PEAD) e tratamento de erosões.

Essas obras estão sendo executadas por empresa contratada, via licitação, pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e têm a supervisão do Sisema, conforme Termo de Cooperação Técnica. Já o tratamento dos efluentes líquidos será feito com material e pessoal técnico da Copasa. De acordo com o diretor de Operação Metropolitana da Copasa, Rômulo Perilli, após o tratamento dos resíduos líquidos, serão retirados cerca de 80 mil metros cúbicos de resíduos sólidos da barragem 1 e transferidos para a barragem 2. Posteriormente, ambas as barragens serão “envelopadas” com mantas de Polietileno (PEAD) sobre as quais será realizado o trabalho de reconstituição do solo, replantio e revegetação da área.

“É importante frisar que a situação de abandono da mina é operacional, por parte dos responsáveis pelo empreendimento. O monitoramento e as avaliações ambientais realizadas pelo Estado nunca deixaram de acontecer, desde o momento em que a empresa ainda mantinha operações na área e após a mineradora sair do país”, lembrou o secretário-adjunto de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Anderson Aguilar.  

Mundo Mineração

Com relação à Mundo Mineração Ltda, o Sisema informa que a companhia possuía sócios estrangeiros e atividades minerárias em Minas Gerais. Em dezembro de 2011, encerrou suas atividades de forma inadequada, com o desaparecimento dos sócios, deixando para trás todo o patrimônio e o passivo ambiental. Apesar de todas as iniciativas, o Estado, por meio dos órgãos públicos de controle, não conseguiu efetivar, até o momento, a punição dos representantes da empresa. As investigações continuam, intensamente, para responsabilização criminal e civil.

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