Depois de alguns desencontros de datas, a Prefeitura de Itabira confirmou que a comitiva chinesa que negocia um repasse milionário com o município chega à cidade em 29 de julho. O governo prepara uma agenda oficial, que incluirá a assinatura do Memorando de Entendimento (MOU), um dos passos burocráticos para a transferência dos mais de 200 milhões de dólares que serão investidos em um pacote de obras.
A data foi confirmada a DeFato Online pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Itabira. Segundo a repartição, cinco chineses estarão na cidade. Eles chegam na noite de 28 de julho e serão recebidos por representantes do município já no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins.
A permanência em Itabira durará apenas na segunda-feira. Havia antes a expectativa de que os chineses passassem mais dias na cidade, mas a agenda da comitiva prevê compromissos também em Belo Horizonte e Brasília. Assim, eles deverão dormir em Itabira e seguir para a capital mineira na manhã seguinte.
Em Itabira, a agenda dos chineses deverá incluir uma reunião a portas fechadas no gabinete do prefeito Ronaldo Magalhães (PTB) e um evento no teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), às 10h, onde será assinado o MOU. O documento, inclusive, já foi preenchido eletronicamente, mas é uma formalidade o ato de assinatura presencial. A visita também deverá contar com uma passagem pelo campus da Unifei.
Tratativas
A vinda dos chineses é o complemento de uma articulação que teve início ainda em 2017. Aproximados pelo engenheiro itabirano Kleber Guerra, o prefeito Ronaldo Magalhães e os grupos empresariais chineses iniciaram as tratativas. No ano passado, o chefe do Executivo e assessores viajaram ao país asiático e se aproximaram de uma multinacional da área de produção de alumínios.
As conversas são conduzidas com a empresa China A Aluminium International Engineering Corporation Limited (Chalieco), braço de engenharia da Aluminium Corporation of China (Chinalco), uma holding estatal líder mundial em produção de alumínio. A companhia tem negócios em várias partes do mundo e, se concretizar o acordo com Itabira, seria seu debute no Brasil.
Inicialmente, a Prefeitura falou em buscar US$ 210 milhões com os chineses. O dinheiro seria usado para conclusão do campus local da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), construção do Parque Científico Tecnológico e de um aeroporto industrial. Em troca, Itabira ofereceria como garantia o que ainda tem a receber de Compensação Financeira por Exploração Mineral (Cfem) nestes últimos anos de atividades previstas pela Vale.