Centenas de pessoas, entre membros da comunidade e representantes do empresariado local, saíram às ruas nesta quarta-feira, 17 de janeiro, em Conceição do Mato Dentro, durante ato de apoio à expansão das atividades da Anglo American. A mineradora aguarda votação do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) que definirá pela concessão ou não das licenças prévia (LP) e de instalação (LI) para a fase chamada de Step3, com aumento da produção do sistema Minas-Rio.
Os manifestantes partiram do Centro de Conceição do Mato Dentro e seguiram até o Fórum da cidade. Depois, retornaram à praça Ubaldina Ferreira, onde discursos foram intercalados a palavras de ordem pela expansão da mineradora. Durante o movimento, chamou atenção a participação de empresários, que condicionaram o futuro econômico do município à liberação da nova etapa da Anglo American.
O presidente da Associação Comercial de Conceição do Mato Dentro, Coryntho Filho, afirmou que o objetivo da manifestação foi criar um processo de empoderamento social. Para ele, uma vez que aprovando o Step3, várias atividades serão fomentadas na cidade, ajudando, inclusive, na diversificação da economia. “Pela primeira vez na história de Conceição a cidade se uniu em torno de um único propósito. Não só em favor da Anglo American, mas pelo desenvolvimento econômico e social da cidade” ressaltou.
Proprietário do Supermercado Mais Você, Daniel Costa falou em investimentos após o licenciamento. “Neste momento de incertezas eu tive que reduzir de 200 para 150 funcionários. Mas tenho certeza, que após esse passo, nós vamos ter que ampliar muito nossa participação na cidade”, disse, entusiasmado.
Para o ex-candidato a prefeito e empresário Otacílio Neto, do Restaurante La Fattoria, a expansão da mineradora aumenta as opções de escolha de futuro para os conceicionenses: “O cidadão antigamente só tinha 3 opções para seguir carreira: ou trabalhava no comércio, ou na prefeitura, ou ia procurar oportunidades em Belo Horizonte. Os investimentos da Anglo American vão abrir novas portas para o povo de Conceição”, analisa.
Já o médico Mateus Marchini, da Medical Center, acredita que o projeto Minas-Rio tem reflexos até mesmo na vida familiar dos habitantes do município. “O empreendimento possibilitou a vinda da minha esposa para a cidade. Ou seja, como é algo para 30 ou 40 anos, podemos planejar melhor nossa vida. E, graças à Anglo, nós conseguimos oferecer diversas especialidades que não haviam antes na cidade e que hoje, não só o funcionário da empresa, mas todo cidadão, pode ter acesso”, diz.
Xisto Guerra, proprietário do Posto Saudade, afirmou que “a riqueza não é tudo, mas que a produção da riqueza, sim, é um mecanismo de transformação social”. Para Isac Ziriguidum, porta-voz do movimento, a cidade vai ganhar muito com a ampliação do projeto: “é muito importante darmos valor às vagas de emprego que a Anglo gera no nosso município”. Outro que discursou foi o vereador Claudinho Ziriguidum. “Queremos que nossos filhos e netos estudem e trabalhem aqui, não queremos que nossos familiares saiam da cidade para crescer. Com o Step3 vai haver espaço para todos se desenvolverem aqui”, disse o parlamentar.
A liberação das licenças para a expansão da Anglo é alvo de subsequentes ações por parte do Ministério Público de Conceição do Mato Dentro e até Federal. A preocupação principal está relacionada às comunidades próximas à Mina do Sapo e os consequentes impactos da nova fase do Minas-Rio. A LP e a LI devem ir à votação em reunião do Copam no dia 26 de janeiro, em Diamantina. A Anglo American fala em investimentos de R$ 1 bilhão ao longo de quatro anos e geração de quase mil vagas de trabalho entre contratações diretas e indiretas.