Informações do boletim de ocorrência da 2ª Companhia Rodoviária da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), em Conceição do Mato Dentro, apontam que o caminhão Scania/G 440 que provocou o acidente na MG-010, na região de Córregos, na terça-feira (2), e que deixou duas mulheres mortas, estava em situação irregular, com o licenciamento vencido — sendo que o último documento datava de 2021. O condutor confirmou, ainda, que a colisão com a caminhonete Toyota Hilux, de um terceirizada da mineradora Anglo American, aconteceu após o veículo de carga perder os freios.
De acordo com a ocorrência, o caminhão — com placa de Belo Horizonte — estava carregado com asfalto e prestava serviço para a empresa Mais Construtora. Segundo relatos do motorista, ele havia saído da cidade do Serro e seguia para Congonhas do Norte, onde deixaria a sua carga para ser usada na obra de asfaltamento da estrada para Conceição do Mato Dentro.
Ao passar pela região de Córregos, o caminhão perdeu o freio e ganhou velocidade em uma descida. O condutor contou que conseguiu desviar de duas caminhonetes, mas acabou entrando na contramão de direção e batendo de frente com a Hilux em que estavam Débora Kelly da Silva e Viviane Fernandes de Almeida, funcionárias da empresa Sesi, uma terceirizada da Anglo American — as duas morreram no local do acidente.
Após a colisão, o caminhão arrastou a caminhonete por aproximadamente 200 metros até caírem em uma ribanceira às margens da MG-010, no sentido Conceição do Mato Dentro.
De acordo com a PMMG, o motorista do caminhão foi submetido ao teste de alcoolemia (bafômetro), com o resultado dando negativo para o uso de álcool. Porém, em consulta ao sistema informatizado, os policiais descobriram que o veículo de carga estava irregular, com o licenciamento vencido — o último documento datava de 2021.
Socorro às vítimas
Quando a Polícia Militar chegou ao local do acidente, três ambulâncias com equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), da Prefeitura de Conceição do Mato Dentro e da Anglo American já atuavam no local, com os socorristas realizando o trabalho de desencarceramento das duas vítimas.
O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) enviou o helicóptero Arcanjo 04 para dar suporte nos atendimentos.
Débora Kelly da Silva foi a primeira vítima retirada das ferragens da Hilux, ainda com sinais de pulso. A equipe do Samu realizou manobras de reanimação cardiopulmonar, mas, depois de diversas tentativas, o óbito foi confirmado às 14h43, conforme o relatório médico.
Já Viviane Fernandes de Almeida, que também ficou presa às ferragens, foi retirada do veículo sem os sinais vitais.
O motorista do caminhão foi socorrido por uma das ambulâncias até a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde foi colocado em observação médica com suspeita de traumatismo craniano encefálico. Devido a internação, o homem não foi levado para a Delegacia de Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) para prestar esclarecimentos.
A perícia da PCMG foi acionada para os trabalhos de praxe. O corpo das vítimas foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Diamantina.