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Conceição do Mato Dentro: Tabuleiro Jazz Festival chega ao fim unindo música, gastronomia e belas paisagens

Conceição do Mato Dentro: Tabuleiro Jazz Festival chega ao fim unindo música, gastronomia e belas paisagens

Foto: Dayvisu/Divulgação/Prefeitura de CMD

Cenário de natureza exuberante, programação diversificada com shows de alta qualidade e um público que vibrou muito com cada uma das atrações. Essa foi a tônica da terceira edição do Tabuleiro Jazz Festival, realizado de 27 a 30 de julho, em Conceição do Mato Dentro. Durante os três dias de festival, passaram pelo palco atrações regionais, locais e internacionais, com o melhor do jazz.

De acordo com o diretor artístico, Aliéksey Vianna, a programação deste ano superou em diversidade e qualidade. “Todos os shows foram muito bem tocados e a ordem em que aconteceram também foi excelente. Fomos aprendendo com a natureza do festival, conhecendo o público a cada dia. Fiquei muito satisfeito com a resposta e com o resultado”, afirma.

Vianna destaca a importância da introdução das oficinas de música e de dois concertos experimentais na edição deste ano. “As duas oficinas, uma ministrada pelos músicos Joana Queiroz e Felipe José e outra pelo percussionista Tunico Villani, tiveram um retorno muito positivo, que nos mostrou que é preciso expandir o aspecto mais didático do festival. Por outro lado, o sucesso da realização de concertos no Éden Clube e no Parque do Tabuleiro nos leva a planejar a expansão dessa experiência”, conta.

A cantora meio-soprano, Luciana Costa et Silva, que se apresentou em concerto de música erudita ao lado da pianista Viviane Sobral na abertura do festival, destacou a importância de sua participação no evento. “Estar aqui nesse palco do Éden Clube é resgatar a minha ancestralidade. A casa do meu avô no passado era aqui. Meu pai, Antônio Costa e Silva, trabalhava como garçom nesse salão. Por isso, foi muito emocionante preparar esse recital”, conta.

Luciana ressaltou também a importância do evento para Conceição do Mato Dentro. “O festival acontecer no município é uma coisa genial, nessa conexão da música com a natureza. Espero que o Tabuleiro Jazz Festival prospere e cresça porque ele tem muito a contribuir para a cidade do ponto de vista cultural e também educacional”, afirmou.

Outra artista que tem forte ligação com a cidade, Júlia Guedes, também falou sobre sua experiência no evento. “Acabei de tocar com a minha banda, a Terceira Margem do Trio, e o sentimento é arrebatador. Passei minha infância e adolescência nessa cidade, meus avós moram aqui, esse lugar me abraça. É muito bom poder tocar no Festival nossas composições e as do Clube da Esquina. E ter esse espaço também como mulher instrumentista”.

Felipe Gaeta, procurador do município, lembrou do início do projeto do festival e falou sobre o seu retorno, depois de quatro anos. “Quando o Carlos Brandão apresentou a ideia à Prefeitura, parecia uma coisa muito inovadora e distante da realidade de Conceição, mas muito interessante. Ele acabou nos convencendo de que era possível e aos poucos a ideia foi amadurecendo. O festival se tornou realidade em 2018 e acabou tendo um grande apoio da comunidade. Acredito que depois desse tempo sem realizar o festival, conseguimos resgatar o seu conceito inicial e a forma como ele foi pensado pelo Carlos com sucesso, conservando, na estrutura, as pessoas que participaram das edições anteriores”.

O prêmio dedicado a homenagear um artista a cada edição ganhou o nome de Carlos Brandão, numa homenagem ao idealizador do evento. Este ano quem recebeu a homenagem foi o maestro Wagner Tiso, por sua obra e contribuição para a música instrumental e para o jazz. O prêmio foi entregue pelas filhas de Carlos, Helena e Antônia Brandão. “Conceição é uma cidade muito especial para mim, um lugar que eu amo. Fiquei impressionado com o fato de a cidade ter um festival tão grande. Muita gente veio pra cá, adorei isso aqui. Um festival de jazz numa cidade que abraça ideias inovadoras”, afirmou Tiso.

Foto: Dayvisu/Divulgação/Prefeitura de CMD

Diversidade

Diversidade é a palavra que define a edição deste ano. Quem conferiu as atrações do festival teve a impressão de estar assistindo aos grandes shows de jazz da Europa e, o melhor, com todos os artistas brasileiros e estrangeiros num só lugar. O pianista turco, Aydin Esen, o saxofonista camaronês Nat Su, a cantora Maria João, os pianistas André Dequech e André Mehmari, o harmonicista Gabriel Grossi, o saxofonista americano Sheldon Brown, o contrabaixista suíço Stephan Kurmann e o guitarrista Oliver Pellet estavam entre os artistas que fizeram parte da programação.

Nat Su e Aydin Esen vieram pela primeira vez ao Brasil e destacaram a excelente experiência. “É minha primeira vez, mas quando encontro meus amigos brasileiros, parece que eu realmente já estive aqui. Mal posso esperar para voltar”, comentou Aydin.

Para Nat Su, foi um grande prazer tocar no festival e estar no Brasil. “Eu não teria pensado que tão longe de uma cidade grande haveria um lugar que decide fazer um festival de jazz. Pra mim isso é muito impressionante, tenho muita admiração pelas pessoas que decidiram fazer isso, que é algo muito raro. Eu amo a atmosfera aqui, todo mundo é tão amigável e entusiasmado. Isso é o que a música deveria provocar, fazer os musicistas se sentirem felizes em um ambiente bonito”.

O guitarrista Oliver Pellet destacou a qualidade dos músicos participantes. “Achei incrível a experiência de tocar com músicos de altíssimo nivel que admiro muito, neste lugar de natureza incrível”.

O harmonicista Gabriel Grossi desejou vida longa ao evento. “A ideia de fazer um festival aqui é maravilhosa. A gente está conectado com a natureza, com a música, com as pessoas, é realmente uma experiência muito linda” .

A cantora Maria João destacou a aventura que caracteriza o jazz, no sentido da improvisação, o encontro com amigos e a natureza de Tabuleiro. “O jazz é uma música aventureira. Fizemos apenas um ensaio para o show. Estar num lugar como Tabuleiro, com os músicos que eu venero, me faz muito feliz.  É muita emoção. Que ideia maravilhosa organizar um festival aqui.”

Gastronomia e artes

Além de curtir os shows, o público pode aproveitar a culinária local e regional nas barracas do festival e conhecer as obras de artistas de Conceição e de Minas Gerais. Para Letícia Oliveira, que acompanha o Tabuleiro Jazz Festival desde a primeira edição, o evento foi completo. “Música excelente, artistas incríveis, fiquei muito impressionada com a qualidade dos shows. Valeu também pelas opções gastronômicas e pela energia das pessoas”. Rubens Vidal, do estande das artes, comemorou o sucesso das vendas. “Foram fabulosas, todo mundo gostou do resultado”, conta.

Os tapetes arraiolo comercializados por Vidal foram feitos pela associação de artesãs de Conceição do Mato Dentro, que fazem este trabalho há mais de 30 anos. Um dos tapetes fez parte da cenografia do palco, que buscou valorizar a cultura local. O chileno Ariel Perez participou pela primeira vez do festival, no estande de vinhos. “Achei a estrutura fantástica, diversidade em gastronomia, artistas de peso e organização perfeita”, concluiu.

O Tabuleiro Jazz Festival contou com o patrocínio da Anglo American e da prefeitura municipal de Conceição do Mato Dentro. Desde a sua primeira edição, tem o apoio e a participação da comunidade do município.

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