Desapropriações, altos custos e desafios de engenharia são algumas das questões que têm feito com que empresas não tenham interesse em administrar a BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares. Segundo apuração da Itatiaia, esses pontos justificam a falta de interessados no leilão que seria realizado na próxima sexta-feira (24), mas foi cancelado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) por falta de interessados.
As informações foram apuradas pela Itatiaia com especialistas, fontes no governo federal e ligadas a empresas que atuam nos setores de concessão e mobilidade.
Entrevistado pelo jornal Itatiaia, o especialista em logística, transporte e planejamento de operações, o professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, afirma que a situação da rodovia é complexa e o contrato elaborado pelo Governo Lula não é atrativo.
“A questão da 381 é de uma complexidade muito grande. Porque pelo contrato de concessão, as empresas teriam que fazer uma desapropriação e o reassentamento de cerca de 800 famílias, antes mesmo de iniciar os investimentos. E a cobrança de pedágio só poderia ser feita um ano após os investimentos. Esses reassentamentos são extremamente complexos, portanto, é de altíssimo risco. A nossa sugestão é que o governo deveria realizar o reassentamento e as desapropriações antes de realizar a concessão”, analisa o especialista.
De outros governos
Esta foi a terceira vez que nenhuma empresa demonstrou interesse em arrematar o lote do trecho da BR-381 no leilão, que seria realizado na próxima sexta-feira, na Bolsa de Valores de São Paulo.
Com isso, agora, o Governo Lula se junta aos Governos Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro, que também não conseguiram atrair empresas para assumir a concessão da rodovia neste trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares.