Acusado de estuprar nove mulheres, o dermatologias Linton Wallis Figueiredo Souza, de 54 anos, ganhou o direito de responder pelas acusações em liberdade. O médico foi condenado a 51 anos de prisão pelos crimes — em decisão de primeira instância pela Justiça de Minas Gerais. Ele havia sido preso na quarta-feira, 11 de agosto, para cumprimento da pena, porém, acabou sendo solto na sexta-feira (26), após apenas 15 dias na prisão.
A defesa de Linton Souza requereu um habeas corpus, que acabou sendo aceito pela Justiça — e, dessa forma, aguardará em liberdade até que o seu caso seja julgado em instâncias superiores. Nelson Rodrigues, advogado do médico, afirma que o seu cliente é vítima de uma “lamentável, seletiva e parcial ação policial e judicial”.
Nelson Rodrigues, que divulgou um comunicado à imprensa, também defende que a inocência de Linton Souza será provada “a partir dos milhares de documentos existentes no processo e dos próprios laudos oficiais e perícias da Polícia Civil, (IML) além dos depoimentos dos peritos em juízo que também atestam a inequivocamente a inexistência dos fatos imputados”.
Entenda
Em 2016, duas jovens de 21 e 23 anos relataram à polícia que Linton Souza, durante atendimentos estéticos, aplicou sedativos e cometeu abusoas enquanto as duas mulheres estavam desacordadas. Segundo os relatos, a sedação aconteceu durante um procedimento a laser — com uma delas chegando a dormir por cerca de 20 horas após o atendimento.
Em ambos os casos, avaliações médicas realizadas no Posto Médico-Legal confirmaram o estupro, inclusive com rompimento de hímen — as duas eram virgens. As duas primeiras denúncias fizeram com que diversas outras mulheres a procurarem à polícia para denunciar possíveis estupros cometidos por Linton Souza.
Ao todo, 16 vítimas acusaram o médico por algum abuso. Porém, o médico foi condenado por seis estupros de vulnerável e três estupros mediante fraude. A condenação não aconteceu pela totalidade das vítimas, pois algumas mulheres optaram por não representar contra Linton Souza.