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Confira os documentos que provocaram a exoneração de Amilson Nunes da Itaurb

Itaurb

Samuel Ferreira levou inúmeros documentos à Câmara para se defender contra alegações de Amilson, exonerado nesta segunda-feira. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Como prometido na semana passada, o ex-gerente de coleta e transportes da Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb), Samuel Vitor Ferreira, esteve na Câmara Municipal nesta segunda-feira (3) para apresentar documentos que embasassem suas denúncias contra Amilson Nunes, agora ex-diretor-presidente da Itaurb, exonerado nesta noite. Na última segunda-feira (26), Amilson havia “culpado” Samuel e outros dois funcionários (cujos nomes não foram revelados) por atos corruptos cometidos dentro da empresa responsável pela limpeza urbana de Itabira. Porém, o servidor público nega estar envolvido e é contundente ao dizer que Amilson tinha ciência dos problemas. Clique aqui para entender o caso.

Aos vereadores, Samuel Ferreira se disse “constrangido” por se deslocar à Câmara para falar sobre o caso. “Eu vim aqui pra esclarecer algumas situações. Quando eu vi aqueles dois projetos sendo apresentados antes, realmente senti vergonha de estar aqui para tratar desse tema. Isso não me deixa nem um pouco feliz, me deixa constrangido. Eu fui citado e só estou aqui por causa disso, mas para mim é uma vergonha. Tem tantos projetos bons para a nossa cidade, e a gente está aqui tratando de um tema que poderia ser evitado”, afirma.

Vereadores também receberam toda a documentação. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Amilson não compareceu à Câmara nesta segunda, mas outros nomes ligados à Itaurb estiveram lá. Entre eles, o agora diretor-presidente da empresa, João Mário de Britto, e o atual secretário de Governo Danilo Alvarenga, que também ocupou o cargo até setembro de 2022, antes de assumir a chefia de gabinete do governo Marco Antônio Lage (PSB). Nenhum deles se pronunciou sobre as denúncias de Samuel.

O ex-diretor de operações e agora presidente da Itaurb, João Mário de Britto. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Emissão das notas

Uma das principais denúncias diz respeito à emissão de notas fiscais e orçamentos para serviços da Itaurb no nome de Amilson. Segundo os documentos apresentados por Samuel, a prática foi muito comum, principalmente, entre 2 e 14 de fevereiro deste ano. Um intervalo de tempo mais do que suficiente para que o problema fosse corrigido, diz ele.

“Eu queria chamar a atenção pro seguinte: o total das notas foi de R$ 70.840. Isso foi feito com dispensa de licitação e nessa diferença de 2 para 14 de fevereiro, acredito que dava para ser corrigida essa questão de vir no nome da pessoa ou não”, ressalta.

Todos os pedidos foram feitos junto à empresa Chacára Imperial, responsável pelo plantio de mudas em pontos como a avenida das Rosas e a avenida Mauro Ribeiro. Amilson, inclusive, chegou a confessar proximidade antiga com a fornecedora devido à sua atuação no ramo do paisagismo. Confira os documentos logo abaixo.

ETA Pureza

Outra grave denúncia envolve, além da Itaurb, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Itabira. Como admitido pelo próprio Amilson em sua última visita à Câmara, as duas empresas realizaram um trabalho emergencial na Estação de Tratamento de Água (ETA) Pureza, em março, para evitar uma multa de aproximadamente R$ 30 milhões da Caixa Econômica Federal.

Segundo relatos, uma espécie de filtro responsável por “sugar” o barro do local parou de funcionar. O Saae não resolveu o caso e, a um dia da visita da Caixa, para evitar a multa milionária, utilizou o contrato firmado junto à Itaurb para corrigir o problema. No entanto, o serviço não está previsto no acordo entre as duas entidades.

Além disso, diz a denúncia, o serviço foi feito antes da assinatura do contrato com a empresa “Chico Transportes e Locações”, com a qual a Itaurb alugou os equipamentos para sua execução.

Abaixo, você confere a lista de atividades previstas no contrato entre Itaurb e Saae e a medição do que foi feito no dia anterior à visita da Caixa.

 

Aluguéis sem contrato

Outra denúncia de Samuel é sobre a locação de veículos da Itaurb sem a assinatura dos devidos contratos. Segundo ele, tratam-se de quatro: uma van e três carros S10. Todos os veículos foram utilizados de forma irregular, sem contrato, durante aproximadamente dois meses. Veja fotos dos veículos e detalhes sobre a locação dos mesmos nas imagens abaixo.

Discussões

Único da base governista a contestar Samuel Ferreira, o vereador Carlos Henrique de Oliveira (PDT) perguntou ao ex-funcionário da Itaurb por que ele não questionou diretamente Amilson Nunes na reunião de comissões da segunda-feira passada (26), quando ambos estavam na Câmara. O parlamentar também afirmou que, ao se ter ciência sobre atividades irregulares em uma empresa, é importante denunciá-las.

Carlos Henrique de Oliveira foi criticado por confrontar Samuel Ferreira durante a apresentação. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Por outro lado, outros participantres da reunião acusaram Carlos Henrique de tentar intimidar Samuel, além de dizerem que o petebista estava assumindo os atos corruptos cometidos por Amilson.

Por fim, tanto vereadores da oposição quanto da situação admitiram a possibilidade de abrir até uma CPI para investigação das denúncias. Um plano que poderá ser deixado de lado após a exoneração de Amilson.

À exceção de Carlos Henrique de Oliveira, nenhum outro governista rebateu as acusações contra Amilson Nunes. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Entenda

Como detalhado por uma reportagem da DeFato publicada em 26 de junho, durante uma reunião de comissões da Câmara o diretor-presidente da Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb), Amilson Nunes, precisou se explicar sobre duas acusações contra sua gestão. Uma delas diz respeito à emissão de notas em seu nome, quando a Itaurb negociava contratos com a empresa “Chácara Imperial” – responsável por realizar plantio de mudas em pontos como a avenida das Rosas e a avenida Mauro Ribeiro. Já a outra situação se referia à “doação” de um espaço do próprio Amilson para um evento da Itaurb.

Ao se defender, o secretário se disse um iniciante no setor público e transferiu parte da culpa para três funcionários exonerados da empresa, entre eles Samuel Ferreira. Porém, um dia depois, o ex-gerente de coleta e transportes se defendeu das acusações e foi enfático ao confirmar que Amilson tinha ciência do problema das notas fiscais e outras práticas ilícitas.

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