Ainda nessa sexta-feira, 1º de junho, horas depois do pedido de demissão de Pedro Parente, o presidente Michel Temer (MDB) confirmou a escolha do engenheiro Ivan Monteiro para assumir a direção da estatal. De perfil técnico, o então diretor-financeiro carrega a confiança do governo federal de ser um nome que receba apoio do mercado.
Engenheiro eletrônico, Monteiro fez carreira no Banco do Brasil, onde se tornou braço-direito de Andemir Bendine, ex-presidente da instituição financeira e depois alçado a presidente da Petrobras por Dilma Rousseff (PT). Seguiu o chefe e assumiu a direção financeira em meio ao atoleiro em que estava a petrolífera, abalada pelos sequentes escândalos de corrupção.
O então diretor era apontado como o principal responsável por mudar a imagem da Petrobras no mercado internacional, sobretudo por ter conseguido renegociar dívidas e promovido vendas bilionárias de ativos da estatal.
Com a saída de Bendine, também acusado de corrupção e preso pelo juiz Sérgio Moro, foi convidado pelo recém-empossado presidente, Pedro Parente, a continuar na diretoria financeira da estatal. Apesar da proximidade com o antigo chefe, não tem contra si nenhuma acusação de crimes na Petrobras e nem no Banco do Brasil.
O pedido de demissão de Pedro Parente fez de Ivan Monteiro uma escolha óbvia do governo federal. A expectativa é de que ele não altere a política de preços adotada recentemente, com variações de acordo com o mercado internacional. Por isso mesmo, é visto com bons olhos pelos investidores e criticado pelo sindicato dos petroleiros.
A indicação de Ivan Monteiro ainda é provisória. Ele precisa ser aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras para ser efetivado no cargo, o que deve ocorrer nos próximos dias.