O impasse sobre o reajuste no valor da passagem está prestes a ser encerrado em Itabira. Em reunião do Conselho Municipal de Transportes e Trânsito (CMTT) na tarde desta quarta-feira, 4 de abril, ficou definido entre a Cisne e conselheiros que o valor deve passar dos atuais R$ 3,65 para R$ 4,10 no caso de quem paga com dinheiro.
O repasse ao usuário é de R$ 0,45. A proposta traz uma inovação que é um valor diferenciado para quem usar o cartão da Cisne. O usuário que pagar a passagem nessa modalidade, em qualquer categoria (idoso, usuário etc), receberá um desconto, cobrando-se R$ 4 pela tarifa. A decisão será encaminhada ao prefeito Ronaldo Lage Magalhães (PTB), que deverá bater o martelo, aprovando ou não o aumento.
No encontro desta tarde, os conselheiros avaliaram os pareceres técnicos da Superintendência de Transportes e Trânsito (Transita), em relação à planilha de custos, em análise desde o final de 2017. Segundo os cálculos da Transita, o valor executável seria de R$ 4,26, que representaria 16,71% de aumento. Após discussões de valores praticáveis, chegou-se ao consenso de R$ 4,10 no dinheiro e R$ 4 no cartão, com 7 votos favoráveis e 3 contra o aumento.
Defasado
O diretor da Cisne, Bruno Figueiredo, argumentou que a discussão sobre o reajuste deveria ter sido feita há vários meses, e que, apesar disso, o aumento é necessário para que haja melhorias no transporte coletivo. Ele argumento que o valor atual corrigido, se levado a “ferro e fogo”, estaria bem acima dos R$ 4,26 indicados pela Transita e mais ainda dos R$ 4,10 aprovados. “Eu não concordo com esse valor muito alto, isso quer dizer que o sistema está muito caro e a gente tem que mexer no sistema, tentar baratear de alguma forma”, declarou, indicando que a empresa poderá eliminar algum tipo de gratuidade concedida.
Para Bruno, o aumento ajudará na manutenção da empresa, mas não resolve, pois, na opinião dele, já nasce defasado, por ser referente a novembro do ano passado. Foi levantado pela Cisne que nos próximos cinco ou seis meses, haverá uma nova análise das planilhas para equilibrá-la “tanto para mais ou para menos”.
Para o presidente do CMTT, Jairo da Silva, a decisão chegou a um patamar equilibrado. Além do fato de a empresa conceder o pequeno desconto, “inovador e que ocorre dentro da legalidade”, nas palavras dele, também incentiva o uso do cartão, ao invés do dinheiro vivo. O fato, conforme Jairo, também trará mais rapidez no embarque e mais segurança contra assaltos nos ônibus, sobretudo em finais de linhas. “O benefício está sendo grande. Foi uma boa proposta. O reajuste é necessário, pois, sem ele, há outras consequências que iriam penalizar o usuário muito mais do que o próprio valor”, definiu.
O próximo passo será coletar as assinaturas dos conselheiros, e a partir daí, será encaminhado ao prefeito um ofício com a proposta do reajuste. Caberá ao prefeito definir se dará ou não a sanção para o aumento.