Após o anúncio de expansão do Sistema Minas-Rio em Conceição do Mato Dentro, uma alegada contratação de mão de obra de outras cidades gerou insatisfação a desempregados conceicionenses. Diante do impasse, um grupo, liderado por três mulheres do município – Rejane Pereira, Nayara Renata e Daiane Cristina – organiza uma manifestação para chamar a atenção da mineradora Anglo American e terceirizadas. O objetivo é cobrar prioridade na contratação a trabalhadores da cidade, com filtros eficazes de seleção.
O ato está agendado para a próxima segunda-feira, 12 de março, às 4h da manhã nas proximidades na Pousada do Lago, que fica na MG-010, na saída da cidade em direção à portaria da mineradora. Os manifestantes pretendem bloquear a via até que a companhia envie alguém para negociar e esclarecer o assunto.
“Queremos garantir nosso espaço que foi prometido. Já levamos currículo na portaria da Anglo, nas contratadas e em vários outros lugares. Mas nunca recebemos algum retorno”, afirma Rejane Pereira, conceicionense que mora no bairro Cruzeiro.
A organização do manifesto irá se reunir com a Polícia Militar pra traçar o cronograma de atividades.
Com pouco mais de dois anos em operação e 41 dias após ser aprovada a ampliação das atividades, a mineradora Anglo American já sente os desafios que terá que superar em Conceição do Mato Dentro. Uma das condições propostas para o Minas-Rio é a contratação de mão de obra local a fim de colaborar no desenvolvimento da região onde está situado o projeto.
Em recente entrevista ao jornal DeFato, a mineradora se posicionou sobre os critérios de contratação de mão de obra e frisou a importância da qualificação. “Os critérios para contratação de um profissional consideram a adequação ao perfil da vaga, qualificação e competências. Diferentes funções exigem também competências diferentes para serem desempenhadas”, manifestou a mineradora, por meio de sua assessoria de imprensa.
Com o início das contratações, os moradores de Conceição do Mato Dentro relatam que a cidade recebe um grande número de pessoas de outras regiões atrás de trabalho.
“Tenho percebido uma movimentação bem acima do normal, igual a do primeiro ‘boom’ que tivemos há uns cinco anos. Percebo que há muita gente vindo de fora buscar trabalho. Outro dia fui ao supermercado e me assustei com a quantidade de pessoas de fora”, conta o veterinário José Henrique Clementino Murta, 37, que atua na entrada da cidade.