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Crise dos Correios deixa funcionários com salários atrasados

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Com a crise agravada nos Correios, parte dos funcionários da instituição tiveram seus salários de janeiro atrasados.

Um acordo trabalhista entre a empresa e os funcionários prevê, desde 1969, que o pagamento seja efetuado no máximo até o dia 30 de cada mês.

Mas, sob a administração do advogado Fabiano Silva dos Santos, a estatal apresenta o maior prejuízo de toda a sua história, com um rombo, até agora, na casa de R$ 3,2 bilhões. Soma-se ao rombo na atual gestão, a decisão de abrir mão de processos bilionários, que levaram ao pedido de abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara dos Deputados.

Funcionários da empresa, em São Paulo, não foram pagos, forçando que o Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e Similares de São Paulo) protocolasse um ofício cobrando a direção.

Segundo Elias Diviza, presidente da entidade sindical, alguns salários começaram a ser pagos na terça-feira (4). Elias culpou a atual administração por centralizar os serviços de RH (Recursos Humanos) em Minas Gerais, desordenando todo o sistema. A estatal tem hoje cerca de 85 mil empregados diretos.

Antes havia 3 sedes de RH. Os dois Estados com mais funcionários, São Paulo e Rio de Janeiro, que tinham suas sedes próprias. E Minas cuidava do resto do país. Agora, centralizou.

“Deram a satisfação de que houve falha no sistema de RH. Já tivemos esse mesmo problema com o tíquete. É falta de planejamento e gestão. Tem que voltar a ter o RH em São Paulo e Rio”.

Procurado para explicar o motivo do atraso do salário que não foram pagos na data acordada, a estatal afirmou que houve “inconsistências” em algumas rubricas e dados bancários não atualizados, o que levou ao atraso de 124 pagamentos. Porém, o sindicato contesta o número e promete entrar com uma ação por descumprimento do acordo.

Enfrentando risco de insolvência, a atual administração dos Correios prefere atribuir à gestão anterior ao governo passado e à taxa das blusinhas, criada por Fernando Haddad, ministro da Fazenda, ignorando decisões questionáveis, como: 

– desistir de ação trabalhista bilionária;

– assumir dívida de 7,6 bilhões com a Postalis;

– gastar cerca de R$ 200 milhões com o “vale-peru”.

A deterioração das contas forçou que os Correios decretassem em outubro um teto de gastos para o ano de R$ 21,96 bilhões, com o documento sendo colocado sob sigilo.

* Fonte: Poder360

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