A cruz da Igreja de Mãe Augusta do Socorro, em Barão de Cocais, foi resgatada nesta quinta-feira (5). Segundo informações do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (Compac), a operação de remoção do adorno contou com um planejamento especial, envolvendo dois drones: um para filmagem e auxílio visual, outro para resgate, com capacidade de carregar até 15 kg.
A Vale informou ao município no dia 19 de fevereiro que a cruz da igreja havia se desprendido e caído no telhado do local. Em reunião do Ministério Público com representantes da comunidade e Vale, ficou definido que a empresa deveria adotar um plano urgente de ação para o resgate e preservação da cruz. O esquema para captação do objeto foi mantido em sigilo a pedido dos moradores de Socorro por medo de que a peça, considerada valiosa, fosse furtada.
A atividade foi acompanhada de perto pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Conselho Municipal de Patrimônio e a comunidade do Socorro, por meio da representante Ana Souza. As atividades ocorrem desde terça, com o reconhecimento do território, reunião do conselho, uma tentativa falha na quarta-feira (4) e a conclusão com êxito nesta quinta.
Na quarta-feira a operação contou com a participação do Secretário da pasta, Rafael Gomes e, na quinta, com o gerente artístico e cultural Emerson Alves, sob a coordenação do Secretário Adjunto Gabriel Cassoli e a participação do conselheiro Edson Gonçalves durante todo o processo. Rafael Gomes avalia de forma positiva a operação.
“Seguiu todos os parâmetros de segurança da superintendência de segurança do trabalho. Respeitando a ZAS e com a presença do ministério público durante a tramitação do processo, a secretaria e o conselho de patrimônio conseguiram resgatar a cruz em segurança. E o mais importante: respeitando a vontade de sigilo e proteção da peça, manifesta pela comunidade. Apesar da repercussão negativa inicial, direcionada à minha figura, o objetivo final foi alcançado”, disse o secretário.
Datada de 1737, a igreja do Socorro é a mais antiga da cidade e está localizada na comunidade de Socorro, zona de autossalvamento em caso de rompimento da barragem Sul Superior, sob responsabilidade da Vale. O local está inacessível devido ao risco iminente de colapso da estrutura desde 8 de fevereiro de 2019.
A retirada foi financiada pela Vale, conforme determinação do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural. O objeto sacro foi entregue à paróquia.
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