55 mil pessoas. Esta é a estimativa de público para o confronto de hoje (12) entre Cruzeiro e Fluminense, pela Copa do Brasil, no Mineirão. Público, em sua grande parte, formado por cruzeirenses que irão ao Gigante da Pampulha confiantes em uma classificação. Mas é bom estar aberto a todas as possibilidades.
Embora o otimismo seja enorme, o mais natural é uma classificação tricolor. Nem tanto pela vitória por 2 a 1 no primeiro jogo – haja visto que o placar foi melhor recebido pela Raposa do que pelos mandantes -, mas por diversos outros fatores. Começando pelo óbvio: os visitantes possuem um elenco muito mais forte.
Com uma mescla de ótimas revelações – como Nino, André, Martinelli e Matheus Martins – e jogadores mais experientes – como Ganso, Manoel, Samuel Xavier, Cano e Fábio -, o Fluminense montou seu elenco mais forte das últimas temporadas. Para piorar, o grupo tem rendido exatamente o que se espera dele.
Nas mãos de Fernando Diniz, o tetracampeão brasileiro joga o melhor futebol do país. O Dinizismo, contestado por tanta gente, foi aprimorado e parece ter resolvido falhas que comprometeram trabalhos anteriores do treinador, como a saída de bola, por vezes, inconsequente, e a insegurança defensiva.
Outro fator importante é o físico. A combinação entre o futebol intenso pregado por seu treinador e o elenco curto e desfalcado claramente impactou o Cruzeiro. A Raposa já não consegue correr tanto quanto corria há algumas semanas e o calendário cheio obriga Paulo Pezzolano a mexer no time, seja de maneira forçada ou não. Com isso, perde-se qualidade e entrosamento. Também é visível que a concentração do time durante os jogos. diminuiu. O corpo obedece à mente.
Por tudo isso, o mais adequado seria o Cruzeiro adotar um estilo de jogo mais conservador. Levar o 0 a 0 até a metade do segundo tempo e tentar se impor a partir daí talvez não seja má ideia. Mas se contaminar pelo ambiente do Mineirão e encarar o Fluminense de peito aberto, desde o primeiro minuto, pode colocar tudo a perder. É preciso que a equipe celeste reconheça suas limitações e a diferença técnica para o adversário.
Ademais, o Cruzeiro já cumpriu seu papel na Copa do Brasil. Diante de todo o contexto atual, cair nas oitavas não seria nenhum desastre. Por isso, sugiro a você, torcedor, que hoje estará no Mineirão: cante, apoie e demonstre seu amor ao clube. Mas não se esqueça da realidade, ou ela se apresentará mais dura do que já é.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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