Na noite desta quinta-feira (24), o Cruzeiro superou um dos seus principais adversários na Série B 2021. No Mineirão, a Raposa venceu o Vasco por 2 a 1 e saltou para a 11º colocação da disputa. Este foi o quarto jogo de Mozart à frente do time e a evolução é visível, mas circunstâncias dentro dos próprios jogos demonstram que o time ainda inspira pouca confiança.
Começando pelo lado bom, o ex-treinador de CSA e Chapecoense parece ter encontrado a estrutura ideal para sua equipe. O 3-4-3 cruzeirense tem ganhado forma e ficou ainda mais forte com a volta de Cáceres para a ala direita nesta quinta-feira.
Ao lado do paraguaio, flutuaram por aquele setor Bruno José, que tem crescido muito de produção, e Matheus Barbosa, melhor em campo e autor dos dois gols. Na esquerda, Felipe Augusto também tem melhorado seu desempenho e virou uma arma interessante como ala esquerdo. O problema, no entanto, é que o antigo ponta continua cometendo alguns erros básicos, especialmente de passe, que podem comprometer a qualquer momento. Para cada acerto, são cinco falhas que não devem ocorrer.
Nesta mesma região do campo, Marcinho é destaque absoluto desde sua reintegração. Saindo da esquerda pro meio, o ex-jogador do Sampaio Corrêa é o mais criativo do ataque e ainda conta com um perigoso chute de fora da área. Fica cada vez mais claro que seu mau desempenho no início da temporada, com Felipe Conceição, era fruto da posição em que atuava, mais distante do chamado “terço final” do campo, onde é decisivo.
Quem vem caindo de produção são os experientes Rafael Sobis e Rômulo. O primeiro parece sempre distante das jogadas, enquanto o segundo, em alguns momentos, pecou pelo excesso de confiança no duelo contra o Vasco. Hora de baixar a bola!
Mas o mais importante é que o Cruzeiro, finalmente, parece estar ganhando uma cara. Buscando um jogo apoiado desde a saída de bola, apostando na individualidade de Bruno José e na criatividade de Marcinho, as jogadas fluem de maneira mais natural, sem fazer tanta força.
Porém, um ponto ainda preocupa: a defesa. Impressiona como qualquer bola levantada na área cruzeirense é um Deus nos acuda. Joseph, cuja vinda foi muito questionada, segue sem apresentar argumentos para acabar com a desconfiança do torcedor. Além disso, o principal pilar do sistema defensivo, quiçá do time, também não vive bom momento. Assim como em outras rodadas, Fábio falhou novamente e foi salvo por Matheus Barbosa (quem diria!).
Ramon, mesmo não mantendo o mesmo nível da última temporada, continua sendo o defensor mais regular da Raposa. No duelo válido pela 6ª rodada da Série B, o Vasco fez uma pressão impressionante no final da partida e poderia ter empatado a qualquer momento, mas os deuses do futebol pareciam mesmo ter guardado essa vitória para o Cruzeiro.
Mas é bom ficar atento, um dia a sorte pode não ser a mesma, como já não foi em outras oportunidades.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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