Quem tira alguns minutos para conversar com o são-gonçalense Diego Ribeiro (PDT) se depara com um vereador tímido, de voz mansa. Mas por trás do perfil discreto, existe uma história de rápida ascensão, que culminou com a reeleição para a presidência da Câmara de São Gonçalo do Rio Abaixo para este biênio (2023-2024).
Hoje com 34 anos, o jovem político é oriundo da zona rural, região tratada com um carinho especial por sua gestão. Mas isso não o impede de cuidar de se atentar a outros temas, como a causa animal, o meio ambiente, a geração de empregos e a sustentabilidade.
A relação com a política começou cedo, aos 20 anos, quando o pedetista era assessor de um vereador local. A partir de 2020, passou a trabalhar na Secretaria de Obras, direcionando seu trabalho, justamente, para a zona rural. Com as experiências acumuladas na bagagem, Diego Ribeiro conseguiu um grande resultado logo em sua primeira eleição, há três anos: foi o vereador mais votado da base do governo, com 617 votos.
“Na Secretaria de Obras, eu era da área administrativa. Atendia mais a população da zona rural, que chegava com várias demandas referentes à manutenção de estrada, desaterro, poeira etc. E tratava todo mundo sem distinção, com agilidade. Desde que trabalhei como assessor de vereador, a gente tinha contato direto com o público também, pois ficávamos todo dia na Câmara. Isso já foi plantando a sementinha nas pessoas sobre meu trabalho”, relembra.
Filho de um pai carvoeiro ao lado de oito irmãos, o presidente da Câmara tem em sua origem um fator importante para realizar seu trabalho. Segundo Diego, ele conhece bem a realidade desta população.
“Sou da área rural, sei da realidade de quem mora nessas regiões. Apesar da área rural de São Gonçalo hoje estar muito boa devido às últimas administrações, que levaram recursos como calçamento, PSF. O panorama melhorou bastante”.
Sucesso imediato
Não bastasse a vitória logo no primeiro pleito, Diego recebeu uma votação bastante expressiva. Para ele, o sucesso passa pela busca da população por novas figuras políticas e o trabalho feito desde 2013.
“O fator novo na política já é um passo, há uma aceitação melhor por você ser novo, as pessoas vão se enjoando daquela mesma política de sempre. E o trabalho realizado anteriormente também”.
Questionado se pertence ao grupo dos “outsiders” ou da política mais tradicional, o vereador ressalta que tenta unir características dos dois espectros.
“A gente respeita a política tradicional, diferenças de ideais existem, sempre falo no meu discurso como presidente da Câmara. Sei que tem divergências, mas devemos buscar respeitar a opinião de cada um. Mas também tenho um pouco da política inovadora, sou até meio difícil pras redes sociais, tenho perfil mais contido. Respeito todas as ideias”, pontua.
Divergência, aliás, é algo intrínseco a quem ocupa um cargo como o de Diego Ribeiro. Ele pondera, no entanto, que um dos segredos para a reeleição na presidência da Câmara passa pelo tratamento igualitário aos vereadores de situação e oposição.
“O slogan da minha gestão é ‘Diálogo e Participação’. Procuro sempre conversar com os demais vereadores, deixá-los a par de tudo que está acontecendo, incluí-los nas decisões da Câmara. Sozinho a gente não consegue fazer nada, é necessário ter essa participação e troca de ideias. E é bom ter oposição, porque ela faz com que a gente sempre faça o melhor”, analisa o vereador, que comanda a Casa do Legislativo desde 2021.
Principais ações
Sem se dedicar a apenas uma área, o pedetista se orgulha de alguns feitos em diferentes setores. A adesão ao e-Prevenção, programa de combate à corrupção conduzido pelo Tribunal de Contas da União (TCU); a aprovação do auxílio-enchente em 2021; a destinação de R$730 mil devolvidos pelo Legislativo, no mesmo ano, para o suporte às vítimas das enchentes; o Castramóvel e uma indicação aprovada para instalação de Luz solar e reuso da água nos galpões das novas concessões dos distritos industriais são algumas das medidas mencionadas pelo vereador.
Porém, a grande missão é outra: aproximar a população são-gonçalense daquela que é considerada a Casa do Povo. “Meu maior objetivo é trazer a população para a Câmara. A gente tem reuniões ordinárias apenas com funcionários da Câmara, a transmissão tem sete pessoas no máximo. Estamos fazendo esse trabalho de aproximação. Os dois primeiros anos de pandemia distanciaram (da população) e agora buscamos essa retomada de pessoas, até para ver o que está acontecendo, no que cada vereador está votando. E nada melhor do que a pessoa estar aqui, in loco, vendo como funciona”, completa.
