A abertura da “janela partidária”, no dia 5 de março, foi marcada pela debandada de quatro dos 17 vereadores de Itabira para o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Outros parlamentares ainda têm a situação indefinida em relação ao partido pelo qual vão disputar as eleições em outubro.
O MDB, que antes tinha apenas uma cadeira na Câmara Municipal, ocupada por Adélio Martins da Costa “Decão”, agora passa a ter cinco. Jovelindo Oliveira Gomes, deixou o PTC; Luciano Sobrinho, era do PRTB; Neidson Dias Freitas, do PP; e Paulo Soares de Souza, do PRB. Juntos, agora, eles formam a maior bancada partidária no Legislativo itabirano.
Quem também já mudou de partido é o vereador Leandro Pascoal. Eleito em 2016 pelo Partido Republicano Brasileiro (PRB), ele vai tentar a reeleição em outubro pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), do prefeito Ronaldo Magalhães. No entanto, segundo o vereador, outros partidos também o procuraram, como o PSDB e Avante.
Ex-presidente da Câmara e advogado, Rodrigo Alexandre Assis Silva “Diguerê” deixou o Partido Verde (PV) há cerca de dois anos para se filiar ao Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). O vereador não nega que tem conversado com partidos tanto da base governista, quanto da oposição em busca do melhor caminho para se reeleger pela terceira vez.
“Estou ainda no PRTB, mas há mais tempo já havia definido que não ficaria por lá. Tenho que analisar qual vai ser o melhor opção, tendo em vista as mudanças no quadro de regramento eleitoral de não haver mais coligação. Preciso entender qual o melhor caminho a seguir”, declarou Rodrigo Diguerê.
O peerretebista expôs que foi procurado por membros do Avante e PRB. Além disso, contou sobre uma junção entre PRTB e Partido Democrático Trabalhista (PDT). “É uma decisão difícil, precisa ser definida com muito critério. Mas tenho conversado com as duas partes e recebido os convites”, ponderou.
Expulso em outubro de 2019 pela comissão executiva provisória do PTB de Itabira, o vereador Reginaldo das Mercês Santos tem situação indefinida. De acordo com a legenda, a medida está relacionada aos processos respondidos pelo parlamentar. A decisão foi encaminhada à Justiça Eleitoral do município, mas Reginaldo Santos recorreu da decisão e o processo ainda corre na esfera Judiciária.
“Eu continuo no PTB. Estou aguardando a decisão da Justiça. Eles (a comissão executiva) tentaram me expulsar e eu recorri. No momento não tenho interesse em mudar de partido”, frisou o vereador.
André Viana Madeira está em seu primeiro mandato no Legislativo e é também presidente do Sindicato Metabase de Itabira e região. Eleito pelo Podemos, não descarta a mudança de partido.
Ele conta que recebeu vários convites e que está analisando as propostas do Patriotas, PSB, PSDB, Avante, PDT, dentre outros. Entretanto, o martelo só será batido um dia antes da data limite da janela partidária. Mas o vereador pensa, também, em ir mais longe e está de olho nas eleições majoritárias. Nos bastidores, o nome do parlamentar é citado como possível candidato a vice. Contudo, ele diz não ter interesse em compor chapas.
“O Podemos continua em atividade. Recebi um convite para assumir o partido a nível municipal. Mas ainda está em análise. Não está descartada nenhuma hipótese. A princípio, falo em reeleição para vereador, mas não está descartado disputar o pleito para prefeito, nem mesmo uma composição com algum político que tenha projeto positivo para a cidade de Itabira. Pode ser que nasça nesse período, ou até junho, uma pré-candidatura do André Viana a prefeito da cidade. Mas também não está descartada uma possível desistência, temporária da vida pública”, disparou.
Filho do ex-vereador Carlinhos Sacolão, Carlos Henrique Silva Filho “Carlin Sacolão” se elegeu pela primeira vez em 2016 pelo Podemos. Para o pleito de 2020, ele estuda a possibilidade de mudança para o PSDB.
“Estou estudando ainda. Existe uma possibilidade muito grande de migrar para o PSDB. Mas isso vai depender da formação da chapa. Com essa reforma política, vai reduzir muito o número de candidatos e, consequentemente, dos partidos. Creio que só uns cinco ou seis partidos vão eleger vereador. Então, o que está importando mais neste momento é a composição da legenda. Esse é o entrave. A legenda tem que estar bem estruturada para atingir o coeficiente eleitoral para conseguir uma cadeira no Legislativo”, frisou o vereador.
Solimar José da Silva é um dos vereadores mais experientes na Câmara de Itabira. Em 2016 foi eleito pelo Solidariedade para sua terceira legislatura. No fim do ano passado, as articulações políticas ganharam força e seu nome foi especulado em uma mudança para o MDB. No entanto, o vereador não esteve presente no evento realizado este ano, com a presença do deputado Newton Cardoso Júnior, para anunciar mudanças no Legislativo e inaugurar o auditório do partido para as eleições.
“Ainda está indefinido. Não tenho posicionamento em relação a isso. Tive convites para ir de outros partidos, mas não defini ainda. PSDB é um deles, mas até agora ainda não me posicionei”, comentou.
Nos bastidores da política, há quem diga que Solimar não entra para mais uma disputa e que ele indicaria o ex-vereador Sueliton Cordeiro de Souza para “brigar” pelo cargo. Ele, no entanto, não confirma essa decisão.
Na Câmara desde agosto de 2019, quando tomou posse, José Júlio Rodrigues foi candidato nas eleições de 2016 pelo Partido Progressista (PP). Para o pleito deste ano, uma mudança de partido não é descartada. “Estou ainda em um processo de reflexão. A princípio, pretendo ficar no PP e, até o momento, é essa a minha decisão. Fui procurado por vários partidos, como o PSDB, Rede Sustentabilidade, Patriota. São vários, não lembro o nome de todos”, comentou.
Eleito pela primeira vez em 2012, e reeleito em 2016, Ronaldo Meirelles de Sena “Capoeira” pode deixar o Partido Verde (PV) em breve. “Vou deixar para decidir mais próximo da data final, o dia 3 de abril. Até então tenho conversado com partidos da base do governo Ronaldo, como PTB e PSDB”, destacou Capoeira.
Mudança descartada
Heraldo Noronha Rodrigues é o novo dono da principal cadeira do Legislativo de Itabira. Eleito como presidente da Casa para o cargo de presidente durante o biênio 2019-2020, ele faz parte do time que não pensa em deixar o atual partido, o PTB. “Recebi convites para mudar, mas estou junto com o prefeito Ronaldo Magalhães (mesmo partido) até o final”, ponderou.
Filho do ex-vereador José Cupertino Gomes, Allaim Figueiredo Gomes tem longa história com o PDT e não pretende deixar a sigla. Seu pai foi vereador pelo partido por três mandatos e ele já está em sua segunda legislatura. Ao longo de quase 30 anos, o PDT conseguiu eleger prefeito, vice e deputados por Itabira. No entanto, ele expõe que foi procurado pelo PTB e Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). “Acho que continuarei no PTD, dependendo das conversas futuras até o dia 3 de abril”, disse.
Weverton Leandro dos Santos Andrade “Vetão” está em seu primeiro mandato como vereador. Ele foi eleito pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Único representante da sigla na Câmara de Itabira, Vetão descarta a mudança de partido e apoia o ex-vereador e advogado Bernardo Mucida, também do PSB, como pré-candidato a prefeito.
A reportagem da DeFato não conseguiu contato com o vereador Reinaldo Soares de Lacerda (PHS).
Janela partidária
A janela partidária foi regulamentada pela Reforma Eleitoral de 2015 (Lei nº 13.165/2015), que garantiu aos vereadores a possibilidade de trocar de partido nos 30 dias anteriores ao último prazo para filiação. A resolução nº 23.606/2019, do TSE, fixa, ainda, o dia 4 de abril como data-limite para que os candidatos estejam com a filiação aprovada pelo partido e tenham domicílio eleitoral na circunscrição em que desejam concorrer ao pleito.