O depoimento do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), à Polícia Federal, previsto inicialmente para ocorrer nesta quarta-feira (5), foi adiado para o dia 19 de abril. Zema será ouvido por ter sugerido, em entrevista à revista Veja, que a gestão do presidente Lula (PT) fez “vista grossa” nas manifestações bolsonaristas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro deste ano. À época, o governador disse que a intenção era que “o pior acontecesse” e as autoridades “se fizessem de vítima”.
O depoimento de Zema é uma determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A informação sobre a decisão de Moraes de adiar o depoimento foi divulgada pelo portal G1.
Interpelação contra Zema
Em razão do inquérito instaurado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar responsabilidades pelos atos ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins remeteu para aquela corte uma interpelação judicial apresentada contra o governador de Minas Gerais, por esses comentários feitos em entrevista à Veja.
A interpelação – medida preparatória para futura ação penal – foi ajuizada para que Zema esclarecesse a declaração feita, na qual afirmou que autoridades trabalharam para que os ataques ocorressem, de forma que, colocando-se na posição de vítimas, pudessem obter supostos ganhos políticos perante a sociedade brasileira e a comunidade internacional.
Segundo os autores da interpelação, as afirmações do chefe do Executivo mineiro não teriam base em provas e, no mínimo, configurariam o crime de calúnia.