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Deputadas e senadoras criticam fala de Lula sobre Gleise: discriminatório e constrangedor

Foto: Ricardo Stuckert/ PR/Flickr

Causou indignação a deputadas e senadoras a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao se referir a Gleise Hoffmann, por sua indicação para a Secretaria de Relações Institucionais, quando disse que, por ser bonita, Gleise tem capacidade de fazer um bom trabalho na pasta responsável pela articulação política do governo e pelo relacionamento entre Executivo e Legislativo.

A “derrapada” de Lula ocorreu no evento de lançamento do crédito consignado privado, no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (12).

O que Lula disse:

“Acho muito importante trazer aqui o presidente da Câmara (Hugo Mota-Republicanos-PB) e do Senado (Davi Alcolumbre (União-AP), porque uma coisa que eu quero mudar, estabelecer a relação com vocês, por isso eu coloquei essa mulher bonita para ser ministra das Relações Institucionais, é que eu não quero mais ter distância de vocês”.

Na opinião da deputada Coronel Fernanda (PL-MT), a mulher não pode ser tratada como objeto e não pode ser escolhida pelo seu atributo físico.

“Nós temos competências suficientes para ocupar qualquer lugar. A fala dele não foi um equívoco, não, foi machista, sim, foi discriminatória”.

A Coronel Fernanda pediu que as deputadas se juntem para um manifesto contra o presidente. “Nós não somos objeto, somos seres humanos, temos capacidade e condições de defender qualquer lugar onde estamos, em benefício do povo brasileiro. O presidente errou e tem que se retratar com as mulheres brasileiras. Não é a primeira vez que ele faz qualquer tipo de comentário desonrando os atributos das mulheres. Nós somos competentes”.

A deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) disse que “Lula despreza o valor das mulheres e que sua declaração é um total desrespeito com as mulheres e um desprezo pelo mérito e inteligência”.

Já a senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) classificou a fala do presidente como inaceitável. “Em pleno mês das mulheres, Lula diz que escolheu uma mulher ‘bonita’ para melhorar a articulação com o Congresso. Desde quando a aparência define a competência? Isso não é uma piada nem gafe. É um insulto. Reduz as mulheres a meros adereços, desqualifica a nossa capacidade. E mais, nos coloca em uma posição constrangedora, onde somos vistas pelos homens não como líderes, mas como objetos para a sedução e todo tipo de assédio. Não tem desculpa. Um presidente da República dizer isso em 2025 não é só machismo e misoginia, é um retrocesso vergonhoso”.

Antes de Gleise, a pasta era chefiada por Alexandre Padilha, agora destacado como ministro da saúde, no lugar de Nísia Trindade, demitida.

* Fonte: R7 Brasília

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