A Vale pode levar até seis anos para descomissionar a barragem Sul Superior, da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais. A informação foi divulgada pelo gerente de Meio Ambiente da empresa, Rodrigo Amaral, nesta quinta-feira (26) durante uma reunião itinerante da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig), em Itabira.
A previsão vai além do prazo de três anos estipulado pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Sendo assim, a mineradora terá que rediscutir o prazo com a ANM. Em 2022 a Vale alega que conseguirá, no máximo, colocar a barragem no nível de segurança adequado.
Só então terá início o descomissionamento propriamente dito, o que pode levar mais três anos. “Não dá para brincar com a segurança para atender o prazo”, destacou Rodrigo Amaral.
Entenda como será o descomissionamento
Memória
A barragem Sul Superior possui 85m de altura, possui quase 10 milhões de m³ de volume. A estrutura está em situação de risco desde o dia 22 de fevereiro, quando a barragem foi classificada em nível 3 de risco de rompimento. A Zona de Autossalvamento (ZAS) foi sido evacuada preventivamente em 8 de fevereiro. Os moradores da cidade, desde então, vivem a sombra do risco iminente de rompimento da barragem.
A situação no município se agravou depois que a mineradora Vale informou, no dia 14 de maio, que um talude na cava da mina de Gongo Soco estava se soltando. O temor, desde então, é de que a estrutura provoque vibrações que causem o rompimento da barragem Sul Superior, que está localizada a 1,5 km da mina.
No dia 31 de maio, uma parte de 600 m², que representa 1% do talude, se desprendeu e causou momentos de tensão. Mas a movimentação não causou danos à mina. Em 16 de junho, a movimentação do talude bateu recorde com velocidade de 56 cm/dia. A movimentação do talude foi identificada em 2012 e, até os últimos meses, ela era de 10 cm por ano.