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Descriminalização da maconha para uso pessoal: Congresso tem planos para anular a decisão do STF

O primeiro prazo estava previsto para 1º de agosto. Foto: Carlos Moura/SCO/STF/Flickr

A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) em descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal, foi acompanhada de fortes reações tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados.

Essa reação se desenhava desde março, quando a Corte tomou para si a decisão de julgamento sobre o porte de drogas.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tão logo o STF formou maioria favorável à descriminalização, anunciou a criação de uma comissão para avaliar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse de qualquer quantidade de drogas ilícitas.

A PEC já havia sido aprovada anteriormente pelo Senado, com uma das autorias do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Pacheco foi mais longe, e teceu críticas à da parte da Corte, afirmando que ela estaria invadindo competência do Legislativo.

O ministro Gilmar Mendes, por sua vez, rebateu as críticas do senador, afirmando que o Supremo estava cumprindo o seu papel de julgar a constitucionalidade de um artigo da Lei de Drogas, que criminaliza o seu porte.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também teceu comentários sobre a invasão de competências pelo STF, demonstrando claramente apoiar o Congresso nessa rusga.

A criação da comissão especial na Câmara é a primeira etapa da tramitação da PEC que, sendo aprovada na comissão, vai a julgamento do plenário.

Se o texto aprovado for o mesmo aprovado pelo Senado, a PEC entra em vigor, já que, por ser uma emenda constitucional não há necessidade de sanção presidencial.

Embora Lira e alguns apoiadores neguem que a criação da comissão seja uma resposta à ação do STF, juristas e analistas políticos têm convicção de que a medida é sim, uma retaliação ao Supremo.

O ex-ministro Marco Aurélio Mello tem se posicionado, em entrevistas, contrário a algumas decisões da Corte, inclusive sobre essa “invasão” sobre o porte de drogas.

Em pronunciamento nesta terça-feira (25), o senador Eduardo Girão (Novo-CE), contestou a decisão do Supremo que formou maioria para descriminalizar o porte de drogas e fez um apelo para que a Câmara dos Deputados avance com a deliberação da PEC 45/2023, e lembrou que as denúncias de abuso de autoridade e arbitrariedades supostamente cometidas por ministros do Supremo foram levadas a instâncias internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Comissão de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) e o Congresso dos Estados Unidos.

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