Deus é mau? Não!!!
Deus é mais ou menos? Não!!!
Vamos ao ponto. No local onde Ele há, esse antagonismo meramente mundano não persiste: bem ou mal, bom e mau. A referência aqui não é exatamente Deus. O lugar de moradia de um ser bem mais evoluído – em relação à raça humana – não habita o mal. Ali, o bem prevalece em sua plenitude. O conceito de bom e mau é antítese típica de um cenário rudimentar. O sistema social do planeta Terra, nesse contexto, é um claro exemplo do tosco. Nesse insignificante “asteroide”, Deus é Real. Aqui menciona-se explicitamente o modelo monetário tupiniquim, para exemplificar. O Real é Deus. O dinheiro é uma entidade onipresente em quase todas as religiões. As moedas são idolatradas, inclusive ritualisticamente. A “grana” é a essência de tudo.
Mas, afinal, o que é Deus? Para começo de conversa, expulse do imaginário aquele velhinho de longos cabelos brancos, um personagem típico do Renascimento e Barroco. No Classicismo, o ancião se apresenta com uma fisionomia serena e leve sorriso no canto da boca. Já a manifestação estética da contrarreforma produziu um idoso com face grotesca, um sujeito extremamente carrancudo. Mas isso é ficção. Esqueça aquele cara, que bisbilhota diuturnamente a vida das pessoas. A missão primordial desse fofoqueiro cósmico é muito simples: afagar a cabeça do cidadão de boas condutas e meter o ferro nos transgressores, os famosos vacilões.
Mas note bem. O Deus autêntico não interfere no cotidiano da humanidade. As premiações e punições são prerrogativas dos habitantes desse planeta. O indivíduo premia-se ou se pune. A lei de causa e efeito é o princípio balizador dessa dinâmica. A cada ação corresponde uma reação, de sentido oposto e intensidade idêntica. Esse é o receituário da notável Terceira Lei de Newton – uma realidade presente em todos os pontos do universo. Esse fenômeno natural predomina em quaisquer circunstâncias. Tudo tem troco. Então, muito cuidado com o uso de palavras, implementação de ações e produção de pensamentos. As atitudes e intenções sempre retornam ao remetente. É o efeito bumerangue. Essa lógica é inevitável.
Mas, o que é Deus? Não sei. Ninguém tem a mínima noção do que se trata. Eis aqui uma definição superficial, “semianalfabética” até: Deus é uma possível Força Superior. Mas tem um porém. Nós, criaturas humanas, não temos desenvolvimento científico, discernimento filosófico, estatura moral e preceito ético para definir a natureza dessa “Coisa Suprema”. Estamos diante da mais alta expressão do incognoscível. O limite extremo da ignorância. Onde está Deus? Essa é uma pergunta tipicamente idiota. Como definir a localização do desconhecido? Mas, provavelmente, a Potência Absoluta (primordial) esteja no limite do universo, talvez onde tudo começou. E onde é isso? Só Deus sabe.
Enfim: E como Deus (o Fundamental) surgiu? Esse “Trem” não apareceu de repente. A Coisa é eterna, perene. Sempre existiu. Foi, é e será. E ponto.
PS1: Não perca tempo no interior de igrejas. Você jamais encontrará Deus nesses ambientes, por óbvio. Nos templos setecentistas de Ouro Preto, descobri a paz e me deparei com a exteriorização do espírito pela arte. Ali, encontrei-me. Mas não dei de cara com Deus. Apenas ouvi padre Simões. E isso valeu a pena.
PS2: “Só quem tem dinheiro tem direito de viver? Para mim, é o trabalho com dignidade e honestidade intelectual que contam” (Luís Castro- treinador do Botafogo). Para esse português, Deus não é Real.
Fernando Silva é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.
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