Com viagem oficial agendada para países da Europa nesta segunda-feira (4), o ministro da Fazenda Fernando Haddad, atendendo a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cancelou seus compromissos em Paris, Londres, Bruxelas e Berlim.
Em nota, o Ministério da Fazenda informou que o ministro Fernando Haddad estará em Brasília ao longo desta semana dedicado aos temas “domésticos”.
A disparada do dólar, que na sexta-feira (1), fechou a R$ 5,869, maior valor desde a pandemia, em 2020, ligou o alerta, com o governo federal sendo cobrado pelo mercado financeiro a apresentar plano de corte de gastos públicos para se enquadrar no arcabouço fiscal, cuja demora vem causando nervosismo.
Haddad montou cenários do que deverá ser cortado, juntamente com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e apresentou a decisão política do presidente da República.
Na quarta-feira (30/10), Haddad afirmou: “Fizemos uma boa proposta, uma fórmula adequada. Assim como o arcabouço do ano passado, dissipou incertezas, e a gente teve um excelente ano na sequência, com queda do juro, queda do dólar, ancoragem das expectativas. Eu espero que aconteça a mesma coisa neste ano. O trabalho que estamos fazendo é para que isso aconteça de novo”.
Haddad complementa: “Entendo a inquietação, faz parte. O mundo está nervoso por causa das eleições nos Estados Unidos, tem desaceleração na China, commodity está no vai e vem, mas com tendência de queda. Tem vários elementos que estão compondo esse quadro”.
Haddad também disse que o Ministério da Fazenda e a Casa Civil, acordaram sobre as medidas de revisão de gastos públicos, após reunião com o ministro Rui Costa na terça-feira (29).
“O foco agora está na redação da proposta de emenda constitucional (PEC), que significa dar robustez jurídica para os cortes e gastos propostos.
A pressão do dólar, que traz custos fiscais e políticos ao governo, forçou que se apressasse na redação do texto e sua apresentação ao Congresso.