De acordo com pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), os belo-horizontinos estão devendo mais. O valor médio de dívida é de R$ 4.558,37, cerca de 3,5 salários mínimos. Desde dezembro do ano passado até o último mês de maio, tem sido observado um crescimento mensal de 1,2% referente ao valor médio das dívidas, segundo a CDL/BH. Sendo que, no último mês de 2022, o valor médio era de R$ 4.283,69.
O levantamento da CDL/BH foi feito com base nos dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e mostra que em maio deste ano a inadimplência entre os moradores da capital mineira apresentou crescimento de 5,81%. No mesmo período do ano passado, o indicador estava em 4,83%. Na análise mensal (Maio.23/Abr.23) o avanço foi de 1,96%.
“A inadimplência vem apresentando alta desde janeiro de 2022, com seus maiores picos em agosto e setembro do ano passado. Ainda que o mercado de trabalho venha melhorando ao longo dos meses, assim como a massa salarial, a inflação elevada, a alta taxa de juros e endividamentos provocados pela pandemia têm dificultado a negociação das dívidas das famílias”, explica o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
Ainda segundo a pesquisa, diferença salarial entre os gêneros e queda da renda, por conta da aposentadoria, são motivadores da inadimplência.
Mulheres e idosos são os principais devedores
Os dados mostram que a população entre 65 e 95 anos apresenta maior inadimplência (15,81%), sendo que a redução da renda – por conta da aposentadoria – e as despesas mais altas com saúde favorecem o endividamento. Já os jovens entre 18 e 24 anos são a faixa populacional com menor inadimplência (-1,68%). “Esse grupo ocupou as principais vagas de emprego geradas nos últimos meses, tiveram sua renda aumentada e, com isso, conseguiram honrar com os compromissos financeiros”, afirma o presidente da CDL/BH.
Em relação aos gêneros, as mulheres estão mais inadimplentes (5,41%) que os homens (3,48%). A taxa de desemprego entre o gênero feminino é superior ao masculino, sendo que no quarto trimestre de 2022 o índice de desemprego entre elas foi de 9% e, entre eles, de 5,7%. Além disso, outro fator que influencia no aumento da inadimplência entre as mulheres é a disparidade salarial entre os sexos. Enquanto o salário médio dos homens é de R$ 4.225, as mulheres recebem R$ 3.221, uma diferença de 36,25%.
Dívidas por CPF
O número de dívidas por CPF também vem aumentando na capital mineira. Desde janeiro de 2022, os números do SPC Brasil revelam uma ascendência. Em maio, o indicador ficou em 17,1%. No mesmo período do ano passado, o índice era de 7,2%.
“Um CPF é registrado somente uma vez na base de inadimplentes. O que varia é o volume de dívidas, ou seja, o valor devido, e o número de contratos em atraso. Um CPF pode ter, por exemplo, uma única dívida de R$ 5 mil, e outro CPF possuir cinco dívidas de mil reais cada. Neste caso, ambos teriam o mesmo volume de dívidas, mas número de contratos em atraso diferente”, explica a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos.
*Com informações da CDL/BH