O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e consórcio Skill-MPB Engenharia, Gestora Ambiental das obras de duplicação da BR-381, estão produzindo campanha contra queimadas às margens da rodovia federal. Assim, a campanha inclui os Programas de Comunicação Social e Educação Ambiental do empreendimento e vai abranger comunidades lindeiras, trabalhadores e usuários.
Além disso, a campanha tem como objetivo alertar todos os atores sociais, que fazem parte do cotidiano de obras para expansão do tráfego na BR-381. Para isso, a iniciativa reforça os riscos ambientais para os moradores lindeiros e para os motoristas que trafegam pela rodovia federal. As ações do Dnit e da Gestora Ambiental visam chegar ao maior número de pessoas possível, com uso dos meios disponíveis para divulgação oferecidos pelos programas socioambientais de Comunicação Social e Educação Ambiental.
O Programa de Comunicação Social vai trabalhar o tema com uso de materiais informativos como cartazes e faixas, instalados em comunidades lindeiras e frentes de obras. Além disso, a abordagem do tema terá uma websérie em vídeo com três episódios, além de três programetes de rádio dedicados ao assunto e textos sobre cuidados ao tráfego de veículos em condições com fumaça nas pistas.
Já o Programa de Educação Ambiental já apresenta o tema aos trabalhadores da obra. Na semana passada, a equipe de EA tratou dos cuidados para se evitar queimadas com profissionais da usina de concreto para o lote 7, em Caeté. A abordagem feita trabalhou o tema em formato de Diálogo Direto de Segurança (DDS), ao ar livre e tomando todas os cuidados de segurança e higiene, em tempos de pandemia por Covid-19.
Causas e cuidados – De acordo com a tenente do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, Valquíria Coelho, a temporada de queimadas no estado vai de junho a outubro. “Todos os anos, temos este período como maior expectativa de ocorrência de incêndios”, diz a bombeiro. Valquíria comanda o pelotão do CB em Sabará, que atende a região de Taquaruçu de Minas, Caeté e Nova União – os dois últimos abrigam obras de duplicação da BR-381.
Entre as possíveis causas para início de queimadas, que acabam atingindo a rodovia federal, a Tenente aponta a ação humana como um dos fatores preponderantes. “De maneira empírica, temos comprovadamente dados [mostrando que] os sitiantes (…) na hora de fazer a queima do lixo, eles podem perder o controle e causar um incêndio”, conta. A troca da agricultura também é mencionada pela bombeiro.
Não há dados exatos sobre números de acidentes em rodovia federais causados diretamente pela falta de visibilidade, trazida pelas paredes de fumaça das queimadas. “A fumaça é um fator que dificulta, e muito, a rotina desses motoristas, porque ela deixa a visibilidade comprometida”, afirma Valquíria. No trecho onde o pelotão é comandado pela tenente, o traçado antigo da BR-381 serpenteia em curvas, o que pode trazer problemas aos motoristas quando queimadas deixam a pista coberta pela fumaça.
Para evitar acidentes, a tenente afirma que, para se manter seguro frente às paredes de fumaça sobre as pistas, é preciso buscar um local adequado para estacionar. “O primeiro local que ele puder vislumbrar, em condições de segurança, ele deve parar, sinalizar e permanecer até que a fumaça se dissipe”, alerta Valquíria.
De acordo com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, foram registradas 8.928 ocorrências de queimadas em vegetação nos primeiros sete meses de 2020. No mesmo período do ano passado, a corporação registrou 6.806 queimadas no estado.