Doença coronariana e medicina nuclear
Artigo publicado na revista Saúde e Bem-estar
As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no mundo. Dentre elas, as doenças arteriais coronarianas se destacam pelos elevados índices de mortalidade.
A principal causa da doença coronariana é a aterosclerose, caracterizada por ser uma doença inflamatória crônica sistêmica que ocorre, principalmente, por uma obstrução ocasionada pela presença de placas de gordura dentro dos vasos sanguíneos (artérias). Se na artéria que irriga o coração existir alguma placa obstruindo e, por consequência, reduzindo o fluxo de sangue, pode ocorrer o que denominamos infarto do miocárdio.
Dentre os principais fatores de risco para a ocorrência da doença coronariana, pode-se destacar: idade avançada, diabetes mellitus, hipertensão arterial, aumento de colesterol e triglicérides, obesidade, sedentarismo, tabagismo e, ainda, uma história familiar positiva para doença coronariana.
O diagnóstico dessa doença deve ser fundamentado pelos princípios que tangem a prática médica, quais sejam: uma avaliação clínica adequada por um médico especializado e a complementação por meio de exames adicionais.
Nesse contexto, a Medicina Nuclear tem um papel importante no manejo de casos de doenças coronarianas por meio da cintilografia de perfusão miocárdica, que representa um método de diagnóstico não invasivo e que utiliza compostos radioativos para a sua realização. Esse material é administrado de forma intravenosa e emite baixas doses de radiação.
Com a cintilografia miocárdica é possível avaliar a chegada de sangue nas artérias que irrigam o músculo do coração, e, com isso, identificar as possíveis áreas que estão apresentando déficits de fluxo sanguíneo. Desse modo, a
cintilografia miocárdica é uma grande aliada no diagnóstico da doença coronariana, na prevenção de infartos e no acompanhamento de pacientes com história de evento cardíaco anterior. Além disso, o exame também viabiliza a
avaliação da contração do músculo do coração e o seu adequado funcionamento.
A cintilografia miocárdica é feita em dois momentos distintos: em repouso e sob estresse (físico ou farmacológico), sendo que a indicação do melhor método será feita pelo médico solicitante e/ou pelo médico ergometrista no momento da realização da etapa de esforço. É importante ressaltar que ambos os métodos de estresse são seguros e possuem a mesma eficácia diagnóstica.
Estudos atuais indicam que pacientes que apresentam uma cintilografia miocárdica com resultado normal apresentam um excelente prognóstico e risco muito baixo de eventos coronarianos nos primeiros anos após
a realização da cintilografia.
Portanto, a cintilografia miocárdica tem se consolidado como um importante método complementar em cardiologia, com informações diagnósticas e prognósticas seguras, que auxiliam o médico assistente no cuidado ao seu paciente.
Dra. Jeffane Milene Silva Pacheco é Médica Nuclear. CRM/MG 56.540 | RQE: 45056
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