O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, parece irredutível. Para o mandatário, não há outro nome, senão Carlo Ancelotti, para assumir o comando técnico da seleção brasileira. A convicção é tão grande que a entidade admite esperar até 2024 pelo treinador do Real Madrid.
Diante disso, surgem diversas discussões questionando se Ednaldo acerta ou não em esperar pelo italiano. Porém, resultadistas que somos, avaliaremos a decisão com base no desempenho futuro da seleção, principalmente na Copa de 2026, caso o namoro vire casamento.
Se Ancelotti cumprir seu contrato com o Real Madrid – válido até o ano que vem – e acertar com o Brasil, teremos um treinador de nível acima da média no universo das seleções. Levando em conta que os técnicos de primeiro patamar do futebol mundial trabalham em clubes, sobram às seleções treinadores do segundo ou terceiro escalão.
Em relação a Ancelotti, estamos falando de um profissional multicampeão (só no Real Madrid foram duas Champions), acostumado a assumir grandes trabalhos e trabalhar bem em diferentes contextos. Nenhuma outra seleção no mundo, mesmo a francesa, terá o privilégio de contar com um comandante deste calibre.
Também pesa a favor de um possível trabalho do italiano a sua relação com o principal candidato a protagonista do Brasil nos próximos anos: Vinícius Jr. Nas mãos de Ancelotti, o atleta brasileiro atingiu um nível de atuações impressionante, se desenvolvendo em diversos aspectos. Porém, Tite nunca conseguiu extrair do brasileiro o mesmo desempenho demonstrado na Espanha.
Ademais, é sempre bom lembrar da escassez de bons nomes para assumir a seleção. No futebol doméstico, Abel Ferreira poderia ser uma unanimidade entre os brasileiros, mas seu péssimo comportamento à beira do campo o sabota. Outros cotados, como Fernando Diniz e Dorival Jr., também têm alguns “senões”.
Dessa forma, levando em conta todos esses fatores, acho válida a espera da CBF por Carlo Ancelotti. As informações publicadas desde ontem (18) indicam que as chances de acerto entre ambos aumentaram. Caso isso se concretize, teremos um técnico diferenciado para os padrões do futebol de seleções.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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